Edmund McMillen. Qualquer pessoa que goste realmente de videojogos treme só de ouvir este nome e fica com os dedos das mãos curvados e prontos a premir teclas ou a agarrar um controlador. Por outro lado, qualquer pessoa que não conhece Edmund McMillen, apenas pensa que gosta de videojogos.Quem é então, para aquelas e aqueles que estão prontos a ver a luz pela primeira vez, Edmund McMillen. Nas suas próprias palavras ele é “aquele gajo que fez aqueles jogos, disse aquelas coisas e apareceu naquele filme”. Aqueles jogos são pérolas independentes (que de indies já não têm nada pois venderam como castanhas quentes) tais como The Binding of Isaac, Super Meat Boy e Gish. Jogos que não são meigos com o jogador, que introduzem mecânicas frescas e que, no caso de Isaac, abordam temáticas que qualquer AAA borraria a cueca só de pensar em introduzi-las.
Mas Edmund produziu muito mais e grande parte da sua vida como criador foi agora reunida na excelente colectânea The Basement Collection, disponível no Steam. Por apenas 3,99€ temos acesso a 8 jogos de McMillen e muitos extras. Com gráficos actualizados, mais níveis e controlos afinados, Time Fcuk, Aether, Spewer, Grey Matter, Triachnid, Meat Boy (o original) e Coil vão surpreender e viciar a maior parte dos jogadores que ainda não experimentaram estes gourmets e proporcionar novas memórias e achievements a todos os que já conhecem o excelente paladar destes títulos. Juntam-se ainda mais dois jogos secretos (não vamos aqui estragar a surpresa) que são desbloqueados através dos outros jogos. Podem, para ter um cheirinho, experimentar o Time Fcuk gratuitamente aqui.
A colecção está reunida dentro do mesmo interface onde podemos aceder a todos os conteúdos. No entanto, estamos a falar de McMillen e as coisas não podiam ser assim tão fáceis. Para termos acesso a tudo o que a caixa de surpresas contém, temos de ir desbloqueando esses conteúdos progredindo nos jogos incluídos. Aos poucos, nível a nível, vamos ficando com acesso aos desenhos que Edmund fez na infância (onde já se nota a mente felizmente deturpada do cachopo), 15 minutos de entrevistas adicionais que nunca apareceram no Indie Game: The Movie, 40 minutos de áudio de comentário de desenvolvimento, 30 páginas de documentos de desenvolvimento e de esboços, 6 demonstrações de tecnologia jogáveis, e centenas de “ovos da páscoa”, fotografias de making of, comics, etc. Só pela inclusão das bandas sonoras de quase todos os jogos, os 4 euros já estavam mais do que justificados.
Portanto, vão lá ao Steam buscar a colecção, agarrem-se aos jogos e depois tentem pelo menos parar para almoçar e fazer as necessidades (dormir, dar atenção aos filhos, ou aos companheiros, é facultativo) para que possam daqui a umas semanas, afirmar com convicção e seriedade: “Eu gosto de videojogos!”.