O Greenlight do Steam está a rebentar pelas costuras de jogos. Alguns interessantes, outros nem tanto. Alguns maus e outros banidos, como o espertalhão que decidiu lá colocar um jogo chamado Minecraft. É difícil decidir com tanta oferta, mas alguns deles despertam o nosso interesse por este ou aquele motivo.
Day One: Garry’s Incident chamou-me a atenção pelo seu aspecto cuidado, mas principalmente por me fazer lembrar alguns jogos de que gosto bastante, como Clive Barker’s Undying e Eternal Darkness. Essencialmente pela mistura de épocas, de armas de fogo e poderes especiais, de que não sou especialmente fã, mas que nestes dois jogos foram desenhados na perfeição.
A premissa do jogo é suficiente: Garry Friedman, piloto de profissão que batalha a perda da sua mulher com a ajuda de shots de whiskey, vê o seu avião despenhado na selva do Amazonas, após a erupção de um vulcão em Yellowstone. Salvo pela misteriosa relíquia que transportava, Garry vê-se agora obrigado a sobreviver na selva, explorando uma civilização antiga com a ajuda de tecnologia deixada por extraterrestres. Mas foram as características do jogo que me cativaram:
- FPS de sobrevivência.
- Necessidade de procurar comida e abrigo.
- Open world.
- Possibilidade de criar as nossas armas.
O jogo tem um aspecto competente e mesmo tendo algumas arestas que parecem necessitar de algum afinamento, a verdade é que assim de repente, até não está nada mal. Há uma coisa que me incomoda um pouco, e prende-se com o modelo de desenvolvimento que o jogo oferece, e mais concretamente, as horas de jogabilidade de que dispomos.
O objectivo de Day One: Garry’s Incident é de ser um jogo episódico, em que no final de cada iteração os seus jogadores têm oportunidade de dar feedback acerca do que deve acontecer no episódio seguinte. Em teoria é interessante e acaba por ser uma estratégia para manter uma base de jogadores fiel e participativa, mas que grau de liberdade terão os jogadores e que tempo de desenvolvimento é que um sistema destes poderá implicar?
Além disto, a quantidade de horas prometidas de jogo em Day One é de apenas duas. E terão de ser duas horas intensas, originais e de forte narrativa para nos levar a querer continuar a investir na aventura. Mas o facto de o jogo ser open-world e de forte componente exploratória parece ser um pouco incongruente com um limite de horas tão baixo. É um mapa enormíssimo que podemos explorar e encontrar o caminho de gameplay leva cerca de duas horas? Será pouco, ou estamos mal habituados?
Cada episódio custará 4.99 dólares, o que é um preço aceitável por duas horas de jogo, se pensarmos que passar hora e meia no cinema custa entre 5 a 6 euros. E se tivermos um bocado de plástico enfiado na cabeça para ver o filme em “Três Dê”, o preço sobe consideravelmente.
Em todo o caso, Day One: Garry’s Incident tem o meu voto. Porque no fundo, ter uma experiência de jogo interessante por duas horas vale mais do que mastigar conteúdos ou perseguir cenouras num cordel durante 50 horas. Espero que a aventura de Garry valha a pena, e que consiga estar disponível em Outubro no Steam.
Têm extraterrestres e macacos zombie. No fundo, bastava dizer isto para eu ficar feliz.
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