O Wonderbook é um periférico de potencial tremendo e a partir de hoje já podemos mergulhar no mundo do livro mágico da Playstation com Livro de Feitiços (Book of Spells). O Rubber Chicken já fez algumas considerações acerca da oportunidade que a Sony tem de trazer aos jogadores algo de único para todas as idades.
A semana passada pudemos experimentar mais uma vez o Wonderbook, a convite da Sony Playstation Portugal, numa apresentação à impressa dirigida pelo seu criador e Produtor Executivo do SCE London Studio, Dave Ranyard. Jogámos novamente o Livro de Feitiços e tivemos mais informações acerca Walking with Dinosaurs da BBC e do promissor Diggs Nightcrawler, uma história de detectives de estilo film noir.
Tivemos uma pequena conversa com Dave Ranyard acerca do seu livro de realidade aumentada.
Na apresentação do livro reparamos num grupo de crianças a jogar em conjunto. O Wonderbook é uma experiência que pode ser partilhada facilmente com os outros?
Com certeza. O Wonderbook pode ser desfrutado por toda a gente no local. É possível ter duas ou três pessoas a interagir com o livro, mas qualquer um pode juntar-se e participar. Por exemplo no final de cada capítulo do Livro de Feitiços, onde é necessário ultrapassar diferentes testes e desafios, quem está na presença do jogo pode discutir «porque não usar o feitiço Aguamenti ou o Incendio?» por isso todos se podem divertir com o Wonderbook. Numa ocasião questionaram-me se era possível jogar com dois livros, ao que respondi que sempre que lia uma história aos meus filhos, apenas lia um livro de cada vez (risos).
É possível usar mais do que um controlador Move?
Tecnicamente é possível, mas no Livro de Feitiços só é utilizado um controlador Move. Outro exemplo de interacção entre mais pessoas pode ocorrer no momento em que um dragão sai do Wonderbook, pega fogo ao livro e é necessário limpar a fuligem; quando fiz isso em casa imediatamente todos começaram a ajudar a limpar a fuligem que fica no livro. É uma experiência diferente.
Ao vermos o Wonderbook e as suas capacidades, pensamos imediatamente em banda desenhada e super-heróis. Existem planos para implementar este tipo de conteúdos?
É uma boa pergunta. Neste momento estamos focados sobre o Livro de feitiços, Walking with Dinosaurs e Diggs Nightcrawler. Talvez também tenha pensado nisso ao ver a apresentação de Diggs Nightcrawler, com os seus fantásticos personagens. O Wonderbook está focado sobre histórias, personagens fantásticos e fazer parte dessas histórias, e isso pode ser enquadrado com todo um conjunto de diferentes personagens.
Considera que o Wonderbook pode reduzir a distância entre o livro e o videojogo? A maioria dos pais não se importa se o seu filho passar horas a ler, mas o mesmo não é verdade para o tempo passado a jogar.
Eu sou pai, por isso existem várias coisas que posso dizer acerca disto. Primeiro que tudo, para mim ler é muito importante. As histórias ao deitar sempre foram uma parte importante da vida familiar. E há medida que os meus filhos foram crescendo, começaram a ler sozinhos ao deitar, por isso sempre acreditei na importância da leitura de um ponto de vista pessoal. Em relação ao Wonderbook e aos videojogos, como pai sempre senti que o importante é oferecer uma experiência próxima da que as crianças têm ao pintar. Sentimos que eles estão a ser criativos, é uma experiência que eles gostam e como pais sentimo-nos bem com isso. Quando os miúdos pintam lá em casa, é divertido mas invariavelmente as paredes ficam pintadas, as janelas e tudo mais (risos). Por isso, como director de videojogos quero retirar algumas das qualidades dessa experiência para o Wonderbook e acho que fomos bem sucedidos.
Em relação a experiências Roleplay com livros, é algo que valeria a pena fazer no Wonderbook?
Penso que é sim e o Diggs Nightcrawler é um exemplo dessa experiência porque no fundo estamos a fazer roleplay. Somos um assistente de detective, o que é algo de diferente porque não controlamos o Diggs como controlamos o Sackboy, por exemplo. Ele é um personagem independente e nós somos o parceiro dele, e isso é roleplay. Eu costumava ver os filmes do Humphrey Bogart quando era mais novo e penso que a oportunidade de viver uma dessas histórias é uma experiência de roleplay e um desejo realizado.
Que experiência ou jogo gostaria de ver no Wonderbook?
Bom, estou bastante orgulhoso do Livro de Feitiços (risos). Penso que a equipa fez um trabalho fantástico. Como director do jogo tento dar-lhes o máximo de liberdade para criarem uma experiência fantástica, e fizeram um excelente trabalho do qual estou bastante orgulhoso. Estou ansioso pelo Walking with Dinosaurs porque sempre soubemos que seria uma experiência única para o Wonderbook. Sermos parceiros da BBC que são lideres nesse tipo de conteúdos é perfeito, e estamos muito entusiasmados com isso. Para além disso temos o Diggs Nightcrawler que é uma fantástica história, é muito divertido e a oportunidade de ser um detective privado num filme noir é brilhante.
Em relação a Walking with Dinosaurs, parece-nos que o Wonderbook tem potencial para ser uma ferramenta de aprendizagem, como um verdadeiro livro.
O Wonderbook é focado sobre os conteúdos, e o que estamos a fazer com o Walking With Dinosaurs é pegar em informação factual e a fazer uma experiência entusiasmante e inspiradora, por isso pode ser tudo o que quisermos que seja. Para nós é importante que seja uma experiência divertida e interessante de jogar.
Para terminar, qual era o seu livro preferido em criança?
O meu livro preferido em criança, e que li recentemente ao meu filho mais velho era Danny the Champion of the World, de Roald Dahl. Penso que é uma história fantástica acerca da relação pai-filho.