Qualquer fã da PS Vita tem perdido a paciência com a Sony nos últimos tempos. Uma consola que começou com um catálogo de lançamento muito forte foi arrefecendo ao longo do ano. Tirando o suporte de alguns títulos da própria Sony, os lançamentos de outras editoras contam-se pelos dedos e para os grandes jogos de outras editoras chega uma mão.Mesmo com a melhor plataforma de jogos portáteis no mercado, as razões da escassez são óbvias. Qualquer produtora está interessada em fazer dinheiro mas para isso tem de ter uma boa base de hardware instalada. A Sony não esconde que os números da Vita estão muito abaixo das previsões e, num momento em que uma jogada errada pode conduzir ao fecho de uma produtora, ninguém arrisca desenvolver para a consola da Sony.
A Sony sabe o que tem a fazer mas está a tentar adiar o máximo de tempo possível: descer o preço da PS Vita. E não é por casmurrice que não o desce. O problema é que a Sony possivelmente não tem grande lucro com a venda do equipamento e com os seus custos de fabrico, mesmo ao preço actual. Reduzir o preço é uma jogada mais incerta do que arriscar no Poker. Descendo o preço, a Sony começa a perder muito dinheiro por cada consola que vende, fazendo-o a prejuízo. Isto pode funcionar para a Nintendo que tem um catálogo tão forte de títulos próprios que não se importa de vender o hardware a perder dinheiro, para depois gerar lucros com as vendas milionárias dos Marios e Zeldas. Mas o catálogo de editora da Sony não é assim tão forte e seguramente não é um catálogo que para já consiga compensar perdas ainda maiores na venda dos equipamentos.
A chegada do PlayStation Plus à portátil, a partir de 21 de Novembro é uma medida que poderá ser uma alternativa temporária à descida de preço. A verdade é que nos próximos meses a Sony vai “oferecer” grande parte do seu catálogo aos subscritores actuais e futuros do serviço Plus, juntando assim a PS3 e a Vita no mesmo pacote de ofertas e descontos. Começando já para a semana com as ofertas de Uncharted: Golden Abyss e de Gravity Rush, seguem-se depois Escape Plan, Unit 13, Motorstorm RC, Super Stardust Delta, Little Deviants, Hustle Kings, Reality Fighters e Top Darts. Estes, que são apenas alguns dos jogos a oferecer por via digital aos subscritores ao longo dos meses, constituem todo o catálogo inicial completo da consola, ao qual se vão juntar vários títulos de outras editoras.
Isto faz com que oferecer todo o catálogo da Vita possa ser a melhor forma de aumentar o catálogo da Vita. Numa jogada empresarial nunca antes experimentada a Sony irá tentar com o Plus aliciar mais jogadores a comprarem a consola, aumentando a base de máquinas compradas, tornando a portátil apetecível à criação de novos jogos. Não acredito que isso dispense a descida de preço mas tenho que admitir que é uma medida arrojada e corajosa. Continuo a defender o que já defendi há vários meses atrás, que a PS Vita é o melhor hardware de todos os tempos para a experiência portátil de jogar, mas também continuo a defender que a PS Vita só irá ser um sucesso à segunda volta. Só não estava à espera que ainda houvesse uma volta e meia pelo caminho, já a partir da próxima semana.
Comments (1)
[…] Que tal um mês de Dezembro passado a jogar Arkham City, Vanquish, Limbo, Resident Evil 5, Uncharted: Golden Abyss, Gravity Rush e muitos outros na PS3 e na PS Vita sem terem de abrir os cordões à bolsa? Não, não é esse senhor. Esse senhor não existe (pedimos desculpa por eventuais choques e depressões) e foi inventado pela Coca Cola. É a Sony que está a oferecer uma espreitadela de um mês a um serviço que cada dia que passa se torna mais irrecusável, como já escrevemos aqui e também aqui. […]