Curiosamente, paira no ar a ideia errada que a PlayStation Vita tem poucos jogos e que aqueles que tem são de fraca qualidade. Nada poderia estar mais errado.
A PS Vita tem na realidade um catálogo bem composto para uma máquina que se prepara para fazer um ano de vida e alguns desses títulos são dos melhores exemplos que já se jogaram numa portátil. Os casos de Uncharted: Golden Abyss e Unit 13 foram exemplos de bons jogos de lançamento, de estúdios que ainda estavam a tentar compreender tecnologicamente a consola, enquanto que Wipeout 2048 mostrou logo à partida o enorme poder de processamento que a nova máquina guardava no seu interior.
No entanto, foram os casos de Assassin’s Creed: Liberation e de LittleBigPlanet que mostraram verdadeiramente o potencial da VITA a não ficarem envergonhados com os seus “irmãos” mais velhos na PlayStation 3. Sly Cooper: Thieves in Time, cuja versão de antevisão já experimentámos, assegurou-nos também que é possível ombrear com as consolas de secretária actuais num hardware que cabe na mão. Coloquem lado a lado o primeiro Resistance da PlayStation 3 e o terceiro título da série e a diferença parece de duas gerações diferentes. Acreditamos que a Vita ainda só nos mostrou cerca de metade de onde consegue chegar, isto se lá chegar, mas já lá vamos.
Depois o catálogo tem jogos como SoundShapes, Gravity Rush, Need for Speed: Most Wanted, Persona 4: Golden, All-Stars Battle Royale, entre muitos outros, que são jogos aplaudidos tanto pela crítica como pelo público. Entre os jogos lançados e os previstos, o catálogo da VITA ultrapassa os 100 jogos para os seus primeiros ano e meio, dois anos de vida. Se isto é um catálogo pequeno…
Ou seja, ao contrário do discurso de rua, a PlayStation Vita tem um dos maiores e mais variados catálogos de sempre no primeiro ano de uma portátil.
No entanto, a PS Vita também tem outras coisas para além dos jogos bons: Um preço que embora possa justificar-se pelo hardware é incomportável na economia actual; a pior e mais arrogante política de espaço de armazenamento de qualquer geração anterior, com cartões de memória a preços exorbitantes, na maior parte dos casos impossíveis de adquirir pelo consumidor; uma falta de direcção estratégica gritante; uma incapacidade crónica para assegurar actuais ou futuros compradores.
Daí que Killzone: Mercenary, o jogo cujo novo trailer demonstra a enorme capacidade de performance da consola, poderá ter um inimigo inesperado, o qual nunca se esperou quando o jogo foi anunciado a primeira vez: esse antagonista é a própria Sony, a casa mãe, que não consegue descolar a sua máquina em número de vendas. É uma pena que a marca não consiga aprender com os erros. Basta ver o trailer para perceber que isto é o sonho da jogabilidade portátil de várias gerações de jogadoras e jogadores. Vamos ver quanto tempo dura o sonho, que constantemente ameaça tornar-se um pesadelo.
http://www.youtube.com/watch?v=EnGc8H97xkA&feature=youtu.be
Comments (1)
Por muito bonito que possa estar esse Killzone, o Uncharted, AC:Liberation, e outros franchises estabelecidos na “irmã mais velha”, não são jogos que me fariam comprar uma Vita. Já “vivi” essas experiências na PS3, se é que me faço entender.
Quero jogos originais, que tirem realmente partido dos artifícios da consola, algo imediato e refrescante, que possua mecânicas de jogo únicas e alternativas. Apostem nos Indie, na criatividade. Mandem lixar os ports e versões ‘dumbed down” de jogos pensados para outros sistemas.