Um dos mais antecipados jogos de 2013, SimCity, volta após dez anos desde o último título SimCity 4. Neste espaço de tempo, um simulador conseguiu alterar o pensamento dos velhos do Restelo, que não acreditavam na epopeia de SimCity ser ultrapassado em larga escala por outro simulador. A expedição tinha sido levada a cabo pela Kalypso Media ao criar Tropico (3 e 4).
Tropico conseguiu elevar a franquia dos jogos de simulação de construção pelo visual, pela quantidade de elementos controláveis e variáveis de acordo com opções tomadas. Facções a tomar partido, por interesses económicos ou sociais, algumas moralmente colocadas em questão. Libertador ou repressivo, Ditador e tirano com ligações diplomáticas inconstantes, faz de Tropico a selecção primordial deste género de jogos. Agradar todos os Sims é uma quase utopia criada pelo sonho da democracia, quando quebrada pelo Neoliberalismo ou Ditadura que El Presidente deverá designar para a sua Ilha paradisíaca. Envolto em humorismo e algum sarcasmo, relações delicadas numa guerra fria entre superpotências, Riqueza, Totalitarismo, Fraude eleitoral. Para também deixar uma parte do dinheiro na conta bancária da suíça, claro. Digamos que Tropico é “Mucho Macho” [referência ao DLC do primeiro Tropico].
A questão que se coloca é se os velhos do Restelo vão confirmar a sua Enunciação de sempre. Com o lançamento de SimCity em Março, qual será o detentor do maior título elogioso? Com o motor Glass Box, SimCity demonstra-se mais imersivo, com promessas de grandes mudanças e melhorias que os produtores e fãs da série foram enunciando ao longo destes dez anos. Como se não bastasse, não teremos oportunidade de gerir apenas uma cidade, mas até 16 ao mesmo tempo. Em escala menor, a região onde as cidades são implementadas podem ser controladas a solo ou convidando amigos a fazer parte de um mesmo projecto. As cidades podem ser diferentes com especializações que trazem benefícios e consequências, e os sims com formação universitária vão desbloquear maiores conteúdos e tecnologia para beneficiar a região.
O mesmo acontece em Tropico ao formar os habitantes. Uma sociedade formada eleva a qualidade de serviço e ao mesmo tempo as exigências do valor patrimonial. Mas quanto maior a exigência, maior o custo. Acontecerá assim para manter as universidades em SimCity, por isso se não houver dinheiro, corta-se na Educação, dizem alguns. Em Tropico havia manifestações por perda de qualidade de vida, mas nada como a polícia secreta para tratar do caso, apagando a voz de dois ou três para calar tantos outros.
A felicidade dos sims em ambos os jogos é uma constante declaração de amor, ódio ou indiferença. Quanto ganham, quanto pagam de impostos, quanto são financiados com construções, quanto são afectados pela poluição ou acudidos numa catástrofe natural.
Pela primeira vez, o modo multiplayer com live update vai ser incluído, competindo com outros jogadores ou construindo um gigantesco projecto, afectando outros jogadores por decisões tomadas e vice-versa.
SimCity promete ser, tecnicamente, um dos jogos do ano 2013. Será tão divertido como Tropico?
Os deuses estão de volta. E o que acham, Tropico ou SimCity?