Fevereiro foi um mês de sonhos concretizados, com os utilizadores de Linux a poderem finalmente largar as suas poupanças no Steam. O tio Gabe gosta de ajudar e fazer as vontades. A PC Gamer reportou que num inquérito de hardware recente realizado pelo Steam foi possível observar um crescimento dos utilizadores de Linux, e a quantidade de jogos suportados tem vindo a aumentar ao longo das últimas semanas.
O Rubber Chicken aproveita a ocasião para cumprir a promessa de dar algum destaque a jogos Linux, que infelizmente ainda continuam a ter pouco apoio no seu desenvolvimento. No entanto, o futuro próximo é risonho, tendo em conta o suporte de companhias como a Valve, a destacar o sistema como ferramenta de empreendimentos futuros.
Aqui ficam algumas das melhores ofertas Linux no Steam.
Half-life
Palavras para quê, sai um Gordon Freeman para a mesa 4. Se ainda não jogaram Half-life (e há quem ainda não o tenha feito, essa malandragem) não têm desculpa. Um café e um pastel de nata em troca de um jogo que não só continua a ser excelente, como permite correr uma infinitude dos melhores mods que o dinheiro não precisa de comprar.
World of Goo
Se jogaram Little Inferno provavelmente já conhecem a peça. Se ainda têm dúvidas, esclareçam-se com o nosso especialista em lareiras, Miguel Nogueira, na sua análise à última obra de Kyle Gabler. World of Goo, desenvolvido em conjunto com Ron Carmel, foi apenas um dos pontas de lança da revolução indie da última década. Em conjunto com jogos como Braid, contribuiu para que a industria começasse a levar a sério os developers independentes, quando este saíram das caves onde se escondiam, para a Penthouse do Hotel mais próximo. Ajuda muito o facto de ser um jogo memorável.
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FTL – Faster Than Light
Um dos melhores jogos do ano passado, Faster Than Light é outro pequeno jogo independente que promete ficar instalado durante anos nos nossos computadores. Não só ocupa muito pouco espaço, como a sua jogabilidade rogue-like garante que mesmo que consigamos chegar ao fim, existem sempre razões para voltar a jogar eventualmente. Num jogo de grafismo simples e elegante, em FTL somo capitães de uma nave, rumo a um sistema espacial. Pelo caminho teremos de gerir a tripulação, os sistemas da nave e escolher a melhor forma de chegar vivos ao nosso destino. Vão realmente sentir-se a bordo de uma nave e preocupados com os seus tripulantes. E não é preciso motores de jogo de alta cilindrada nem tão pouco pastores, ou efeitos de massa.
SpaceChem
Não me canso de referir este jogo. Acredito que muita gente já nem me possa ouvir, e o facto de chamadas telefónicas caírem abruptamente ou serem rejeitadas pode ter a ver com isso. SpaceChem é um dos melhores puzzle-games de sempre. Somos um engenheiro químico, destacado para um planeta a mando de uma empresa onde somos recentemente funcionários. Com uma narrativa simples, cómica e envolvente, avançamos de desafio em desafio enquanto manipulamos reactores de fusão molecular de modo a produzir substâncias químicas. Desenvolvido por meia dúzia de pessoas, SpaceChem faz-nos sentir estúpidos num momento, e incrivelmente inteligentes a seguir. É dos jogos mais recompensadores de sempre, porque o seu desafio é tão cerebral, que quando completamos um puzzle, sentimo-nos nas nuvens. Ou no espaço.
Team Fortress 2
Não vale a pena jogar no Steam sem Team Fortress 2. Acho que o programa nem funciona tão pouco. Não é necessário grande explicação para este jogo, convém apenas frisar que é talvez o FPS competitivo por classes mais equilibrado de sempre. Tem sensivelmente 6 anos, é gratuito, tem updates de conteúdo grátis, uma comunidade enorme de jogadores online todos os dias, grafismos estilizados, personagens maiores que a vida, divertido, fácil de jogar, difícil de dominar e tem chapéus. Muitos chapéus. Agora já se podem juntar à salgalhada, juntamente com a PC Master Race e os Hipsters do Mac. Para tirar as teimas. Qual é o estereótipo dos linuxianos mesmo?
Crusader Kings II
Desenvolvido pela Paradox Interactive, é um dos mais completos e complexos jogos de estratégia de sempre, onde controlamos o destino de uma dinastia entre 1066 e 1453. Todas os pequenos detalhes implicados na gestão de um reinado podem ser encontradas neste jogo, como as relações familiares, educação e transmissão genética de características aos nossos filhos, relações políticas entre todos o tipo de grupos e estruturas de uma monarquia, incluindo a relação com o Papado. Gestão política, militar, relacional, legal e institucional, de intrigas e religião, são algumas das área que este monstruoso jogo oferece. O facto de podermos jogar com o Reino de Portugal torna o jogo bastante apelativo.
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Amnesia: The Dark Descent
A Frictional Games fez levantar alguns sobrolhos com a sua série Penumbra, mas foi com Amnesia que deixou para sempre a sua marca no género do terror. Num jogo sem qualquer tipo de combate e enfoque sobre a tensão, a exploração e as expectativas do jogador, Amnesia: The Dark Descent proporciona uma experiência na primeira pessoa mais visceral e de fortes raízes no universo de H.P. Lovecraft. Foi também responsável por uma explosão de vídeos Let’s Play em que a rapaziada partilhava os momentos em que borrava a cueca, com uma quantidade considerável de níveis e conteúdos criados, e partilhados pelos jogadores. O seu sucesso levou ainda à “contratação” do estúdio thechineseroom (Dear Esther) para a sequela. Só naquela do overkill. Para jogar no escurinho, de headphones e com um pacote de toalhitas do Lidl.
Cave Story+
A página de Steam aponta Cave Story como o título indie mais conhecido de sempre, e coma excepção de Minecraft, talvez não estejam a exagerar. Com um tempo de desenvolvimento de 5 anos, durante os tempos livres, Cave Story tornou-se em 2004 num jogo fenómeno, ganhando uma legião de fãs interminável e que levou a adaptações para consolas Nintendo e re-edições como a versão Steam. Com uma jogabilidade típica da geração 16-bits, Cave Story é um metroidvania repleto de personagens memoráveis. Considerado por muitos como o melhor jogo de SNES que nunca existiu.
Serious Sam 3: BFE
Sam Stone pode orgulhar-se de ter retirado o trono a Duke Nukem, quando falamos de personagens com demasiada testosterona por metro cúbico. Serious Sam tem ainda a vantagem de não escolher a via da misoginia e do toilet humor pronunciados. Mas talvez o seu ponto forte seja mesma a jogabilidade oldshool e muito cómica, em que centenas e centenas de inimigos nos atacam, para serem despachados prontamente por uma selecção enorme de armas de calibre avantajado. Over-the-top, com acção frenética e muitas vísceras pelo ar, qualquer fã de FPS que se preze tem de dar uma voltinha com Sam.
Bastion
Para terminar as sugestões em beleza, nada melhor do que o belíssimo dungeon-crawler da Supergiant Games. Com cenários pintados à mão, jogabilidade afinada e a presença de uma excelente narração em tempo real, Bastion é a prova de que velhas formulas podem ser aperfeiçoadas e oferecer jogabilidade renovada e envolvente. Destacamos ainda as excelentes animações que o jogo tem, e banda sonora fora de série.
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Aceitam-se sugestões nos comentários, de outros jogos Linux que considerem importantes de partilhar com as vossas irmãs e irmãos jogadores.