Conhecemos o jogo como brincadeira de 1 de Abril, daquelas que gostaríamos que se concretizasse, e fomos surpreendidos dias mais tarde com a sua confirmação. O retro está cada vez mais na moda, e a estética saturada dos anos 80 parece estar a voltar em força nos videojogos. Ou pelo menos, um exagero de todas as coisas extravagantes e de pouco gosto que existiram nessa época, e até na década seguinte. A Ubisoft parece ter feito isso mesmo, pegar na ilha paradisíaca de Farcry 3 e profanar toda a sua beleza com elementos cibernéticos, cores berrantes, humor idiota e lagartos robot gigantes. Como não poderia deixar de ser.

Esta semana o jogo “saiu cá para fora” quando os servidores Uplay sofreram o ataque de hackers. Como resultado, muita gente já jogou Blood Dragon ilegalmente e algumas sequências do jogo foram reveladas em vídeo. Hoje surgiu o primeiro trailer oficial e a confirmação da data de lançamento deste standalone para 1 de Maio. Com tanta celeuma em torno do DRM e da aposta na ligação à internet obrigatória para jogar, não deixa de ser irónico que ainda assim os jogos continuem a sofrer leaks, semanas antes de serem lançados e nas barbas das distribuidoras.

Carrega X pa gamar o cyborg.

Vamos poder gamar cyborgs.

 

Se o aspecto futurista de Blood Dragon pode desagradar a alguns de nós, a verdade é que a estética em torno do jogo não deixa de ser fresca, e o seu humor delicioso. Com cutscenes animadas ao estilo 8-bits, música pulsante de sintetizador e one-liners tão tristes que é impossível não rir. No trailer podemos ver inspirações e referências a filmes dos anos 80 como Extreminador Implacável, Predador, Tron, Fuga de Nova Iorque e o estilo de animação manhoso da altura. O próprio personagem, Sargento Rex power Colt, é uma mistura entre o Exterminador e Snake Plissken.

O velho torna-se novo. O revivalismo nos jogos não fica só pela estética de jogo ou mecânicas, e é de salutar a utilização de elementos culturais passados, ainda que extremamente exagerados. Os anos 80 não era assim tão pirosos, ou se calhar até eram. Provavelmente daqui a 20 anos vamos olhar para os dias de hoje e pensar exactamente a mesma coisa. Este Farcry parece ir buscar inspiração especialmente aos filmes e séries de animação da altura, porque no departamento dos jogos as coisas não era assim tão entusiasmantes visualmente, com a excepção da arte nas caixas dos jogos. Os cartuchos e cassetes tinham um aspecto fantástico e faziam-nos querer comprar imediatamente os jogos. Como agora, mas com maior probabilidade do jogo não ser nada de jeito.

A Ubisoft confirma assim o seu “bom gosto” ao criar mundos em que nos queremos aventurar, e com Blood Dragon consegue apanhar-nos de surpresa ao transformar um excelente jogo em algo completamente diferente e absurdo. E que queremos jogar o mais cedo possível.

O Apocalipse sofreu um Apocalipse, outra vez. E cabe-nos a nós salvar o dia e depois o mundo. E se calhar, esta premissa não é tão oldschool como pensamos pois não?

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