Onde é que fica a barreira entre uma cópia ou algo que já se tornou o standard num determinado género de jogo. Os mapas no ecrã com o caminho desenhado são um roubo a GTA III ou já são cânone? E as barras de energia dos Fighters, ao lado das caras dos personagens? E o facto do botão da esquerda do controlador ser a mira e o da direita o disparo? O certo é que as boas ideias acabam por se tornar peças habituais dos géneros. Diablo foi um dos jogos que trouxe muitas dessas ideias e influenciou um enorme conjunto de títulos.
The Incredible Adventures of Van Helsing leva no entanto essas referências demasiado longe, assemelhando-se a um DLC de Diablo III, já que apenas mudam as personagens e os locais mas tudo o resto é uma cópia chapada do último jogo da Blizzard. No entanto, isto são boas notícias.

Podemos escolher entre as seguintes classes: Van Helsing, Van Helsing, e ainda Van Helsing.
As 5 horas de jogabilidade que a preview build gentilmente cedida pela NeocoreGames permite jogar dizem respeito ao primeiro acto do jogo, o que promete uma aventura final entre 15 a 20 horas. Aqui, ao contrário de outros RPG de acção, só existe uma classe para escolher: a de Van Helsing. Sendo um jogo baseado no filho do célebre caçador de monstros não seria de esperar um sistema de escolha de classes tradicional. No entanto, toda a nossa aventura é acompanhada por Lady Katarina, um fantasma de uma donzela que é tão hábil no humor dos diálogos como em transformar-se num terrível espectro e auxiliar-nos no combate.
O modo de campanha cooperativo ainda não está disponível nesta versão de antevisão mas tudo leva a crer que o segundo jogador poderá controlar Katarina ou então que esta poderá ser uma personagem seleccionável após terminada a campanha.
A progressão é igual à de Diablo, em cenários isométricos menos artísticos mas mais realistas, embora esteja sempre longe de uma grande direcção de arte. Aqui, e em quase todos os aspectos de Van Helsing, reina uma normalidade que faz com que o jogo nunca chegue a aborrecer mas também não deixe grandes memórias. O sistema de combate do género ficar sem dedo apontador, alterna entre armas ranged e o combate com armas de mão, que podem ser mudados com um toque de tecla e que proporcionam uma estratégia enquanto os inimigos se aproximam e outra quando já estão em cima de nós. Este em cima de nós pode chegar a ser literal uma vez que as swarms são tão grandes que por vezes nem distinguimos o nosso personagem.

Moooosh!!!
Achei estranho muito cedo no jogo ser-me fácil vender umas peças de equipamento e adquirir mais de 100 poções de cura numa só compra mas quando os inimigos me atacaram na floresta percebi. Os lobisomens, mortos-vivos, grifos e outros seres fantásticos, terrenos ou alados, atacam às dezenas e por vezes o jogo torna-se um espadeirar intercalado de toma de poções. Isto torna o combate algo repetitivo mas não deixa de ser sempre avassalador assistir à dimensão das hordas de inimigos bem imaginados a atacarem-nos, ou ao prazer de no final do combate ter o cenário repleto de corpos.
O interface é uma cópia idêntica ao de Diablo III portanto se estiverem familiarizados com esse jogo estão em casa. Das escolhas das árvores de skills, à organização de armaduras e armas, às caixas e janelas, tudo é similares. Mas Van Helsing vai no entanto um pouco mais longe que Diablo, pois todas as características têm sempre mais complexidade. As skills trees têm muitas ramificações dentro da mesma, existem auras e tricks para aumentar a complexidade, o sistema de encantamento e forging de armaduras, armas e artefactos têm muito mais opções e os perks adicionam ainda mais camadas de complexidade e opções de personalização. Tudo isto é também válido para Lady Katarina que podemos evoluir e personalizar com a mesma profundidade de Van Helsing.

Decisions, decisions…
Um sistema de quests principais e secundárias muito similares ao de Diablo, onde até a configuração da vila principal e dos portais de teleportação é a mesma, proporcionam uma grande variedade de missões. No entanto os cenários são muito iguais dentro de cada área e tornam-se depressa vastidões aborrecidas, só suportáveis graças ao bom desenho dos inimigos.
As melhores ideias de Incredible Adventures of Van Helsing são ao nível da variedade de skills e ataques secundários e da profundidade maior de opções e sistemas de leveling mas tudo no jogo é um papel químico de Diablo III com menos valores de produção. Cenários mais desinspirados, vozes medianas e uma direcção artísitica mais pobre mostram que Van Helsing não tem os recursos da obra da Blizzard mas que não deixa de ser um jogo apetecível para os fãs do género e que de certo será muito mais barato que os seus pares, pois está previsto um preço de 15 dólares para o final de Maio. A questão de ser uma adaptação a um género firmado ou uma cópia descarada de outro jogo é temática de debate interessante que vai certamente dar que falar mas deixemos os outros falar, enquanto matamos monstros, centenas de monstros.
Já podem fazer a pré-compra do jogo o que vos dá acesso imediato à beta privada do jogo a lançar no final de Maio para PC e Mac e algures em 2013 no Xbox Live Arcade.
Comments (1)
Eu gosto do filme, mas é algo velho, novo está vendo Penny Dreadful, é uma série de terror que eu realmente gosto e do recominedo 100%.