Decorria o ano de 1995 quando uma das narrativas mais irrealistas de sempre foi apresentada nos ecrãs de cinema. No filme de ficção cientifica e horror, Species (Espécie Mortal) uma bela e mortífera Sil, um ser de laboratório com mistura de DNA humano e alienígena, utiliza os seus atributos físicos para atrair homens e incubar neles os seus ovos. O irrealismo está no facto de a modelo e actriz Natasha Henstridge seduzir homens normais e ser bem sucedida. Qualquer homem sem uma garagem de bólides, sem um cartão do Will “Hitch” Smith, que não tenha pais ricos nem tenha ido ao BES, desconfiaria assim que a senhora se mostrasse tão afável. Mas não, todos vão no canto da sereia a caminho de uma cauda espetada na nuca.

Após tantos filmes, série e livros, os Aliens já perceberam que a humanidade conhece hoje centenas das estratégias de invasão e não será facilmente enganada. É aqui que entram a produtora Jagex e o seu Runescape.

Eu não acreditava...

Eu não acreditava…

 

Runescape foi durante dois anos um dos meus segredos mais bem guardados. Horas e horas seguidas a pescar, semanas a cozinhar, meses a extrair minérios, tudo bem planeado em cadernos A4 onde fazia cálculos entre mais de 10 tipos de skills diferentes, de forma a combiná-los da melhor forma a fazer levelling. Um número de horas que não quero revelar, estratégias cobardes como fazer-me passar por mulher mais velha para que os miúdos me oferecessem armaduras e armas, fazem parte de um rol de “podres” que me faz ter medo de voltar a entrar em Runescape.

O único conforto possível é saber que a febre já atingiu mais de 220 milhões de utilizadores registados nestes últimos 12 anos. Desde os primeiros dias em que versões com muito baixa resolução e um dos primeiros modelos free to play começaram a agarrar as primeiras vitimas na enorme aventura, Runescape evolui para um  MMORPG que puxa pelas capacidades dos actuais browsers e que se tornou um enorme universo de jogo, elaborado diariamente por uma equipa de mais de 500 pessoas.

Mais uma prova: um designer humano saberia como termina uma espada.

Mais uma prova: um designer humano saberia como termina uma espada.

 

Mark Gerhard, CEO da Jagex, em entrevista à Forbes, avançou que Runescape 3 a lançar em 2014 vai ser construído exclusivamente em tecnologia HTML5 o que vai permitir pela primeira vez o jogo ser jogado em qualquer dispositivo, isto é, em qualquer smartphone ou tablet iOS ou Android. Gerhard vai ainda mais longe afirmando que não há qualquer limitação para que a futura versão do jogo não possa também correr nos ecrãs das Smart TV a partir do lançamento, já que muitas delas suportam esta tecnologia. Daqui aos frigoríficos e torradeiras é um tiro.

Imagine-se então poder ficar a pescar no conforto da almofada da cama, ou a cozinhar pratos de barro no conforto do sofá da sala, ou a chacinar dragões naquela viagem de autocarro maçuda e percebe-se que vai disparar expoencialmente o número de utilizadores do popular jogo online. Agora juntem-se os pontos todos: 1 – Milhões de utilizadores (quem sabe mais de mil milhões) agarrados aos ecrãs; 2 – Uma equipa já de 500 pessoas (claramente mais do que o necessário, por isso de desconfiar); 3 – Uma tecnologia extremamente avançada a correr no browser. A conclusão é fácil. A Jagex é composta de extraterrestres hostis, e um dia vão carregar no botão e os nossos browsers vão trasmitir sequências que nos vão hipnotizar.

A partir daí, é só começar a invasão.

Esta imagem arruma o assunto.

Esta imagem com uma mensagem subliminal interna arruma o assunto.