O último trailer de desenvolvimento do aguardado título da Naughty Dog intitula-se Meet the Infected. Ao olhar para o seu título não deixei de franzir o sobrolho, pelo facto de que já anteriormente um vídeo focado sobre as criaturas zombie de The Last of Us ter sido disponibilizado, confirmando as sua fisiologia e modus operandi. Felizmente o vídeo que podem ver abaixo transmite-nos muito mais que isso.
Temos a clara percepção de que The Last of Us terá galões em dois aspectos muito diferenciados, e que nem sempre se encontram em comorbilidade nos títulos mais recentes: a narrativa e a estética visual. E é bom que assim o seja, tendo em conta que 2013 foi e será um ano marcado de narrativas fortes e visuais envolventes, com expoentes máximos em jogos como Bioshock Infinite e o esperado GTAV. Na obra da Naughty Dog salta à vista a dinâmica relacional entre os dois protagonistas, e claro, a sua vivência no mundo pós-apocalíptico devastado pela esperada ameaça fungica. A Naughty Dog têm ao longo dos anos sofrido uma tremenda maturação em termos de qualidade narrativa. De Crash Bandicoot, de mecânicas e estética de jogo aprimorada, passando por um Jak & Daxter que combinava a exploração, a narrativa e a dinâmica entre personagens, para o cimeiro Uncharted, que estabeleceu o platformer cinemático no século XXI.
The Last of Us poderá muito bem ser o canto do cisne da Playstation 3. Se há coisa que podemos esperar do estúdio dos cães marotos, é a sua extrema capacidade em nos impressionar visualmente, e de fazer a consola da Sony dar duas piruetas encarpadas e meia sem deitar fumo nem tombar do móvel da sala. O jogo está com um aspecto assustadoramente belo. Mas os principais votos são para que a qualidade narrativa se sobreponha à acção. Porque no fundo já temos Uncharted. Já temos momentos cinematográficos maiores que a vida, sequências de jogo de fazer cair o queixo, picos de adrenalina por situações de acção descomprometida e personagens maiores que a vida. Queremos condição humana, queremos relacionamentos fortes, queremos momentos de reflexão, redenção e ligação profunda entre personagens. E assim de repente, parece que a Naughty Dog também assim o deseja.
A relação entre Joel e Ellie é propicia a este tipo de envolvência narrativa, com o anti-herói que conhece o mundo civilizado, e a heroína que, vivendo desde sempre num ambiente limitado e controlado, partilha com o jogador uma viagem de descoberta por este mundo estranho, em que a natureza tomou conta das grandes cidades, com todo o seu encanto e beleza cruéis. Será no equilíbrio entre a exploração deste mundo estranhamente familiar e ameaçador, e no desenvolvimento da relação entre Ellie e Joel, que The Last of Us poderá triunfar e se estabelecer mais uma vez como jogo obrigatório em qualquer colecção que se preze.
De salientar ainda a música do vídeo, que se for representativa da ambiência sonora do jogo, poderá muito bem ser das melhores do ano. Com uma mistura saudável entre blues e post-rock, aponta novamente para a direcção mais madura a que o jogo se propõe.
[youtube.com/watch?v=Axay45qlKWM]
Comments (1)
Can´t wait