Vencer pelo segundo ano consecutivo o troféu de pior companhia Americana deve deprimir qualquer um, mesmo uma das mais milionárias companhias de videojogos mundiais. A Electronic Arts por vezes é tida como um gigante maior do que aquele que é, quando na realidade está atrás na dimensão de empresas como a Namco Bandai, a Activision ou a Nintendo, e muito atrás de outras como a Warner, a Sony ou a Microsoft.
No entanto, o ódio gerado por esta empresa é tanto que muitos a colocam no domínio das mega-corporações malignas e fazem-na maior do que é. Mas é grande na mesma e, nos últimos anos, tem perdido muito do seu foco. Online passes, destruição de frachises como Medal of Honor ou críticas no caminho tomado por outros como Mass Effect, abandono de servidores multiplayer, graves problemas online como o caso de Sim City, foram cada vez mais deteriorando a relação dos jogadores com a empresa. Poucos sentem actualmente que a empresa se preocupa com os jogos.
As mexidas recentes e o jogo de cadeiras que está acontecer mostram que algo está a tentar ser feito na EA e se o abandono dos Online Pass já é uma mostra que podem estar a encontrar um caminho mais acertado, a entrada de Denise Warren para o conselho de administração é a prova de que a empresa pode estar finalmente a fazer as apostas certas. Denise Warren foi convidada em Dezembro de 2008 para gerir a componente digital e serviços online associados do jornal New York Times. O que Denise conseguiu então fazer foi histórico. Denise não só transformou o jornalismo online como provou que este conseguia fazer mais dinheiro que o tradicional.
O NYTimes.com é um exemplo de como tornar um site rentável e com qualidade e é hoje um dos case studies mais estudados nas universidades e empresas sobre o futuro das publicações na web. Em vez de fornecer conteúdos gratuitos o New York Times foi um dos primeiros a implementar o pagamento na web, mas construindo uma grande experiência de leitura que compensasse o investimento. A fórmula foi um sucesso e o jornal está hoje a conseguir uma mudança sustentável da maior parte do seu público para o online.
A ida de Denise para a EA é um bom sinal que as pessoas certas estão a ser escolhidas e que a estratégia passa por aprender com os erros. Não sabemos se a queda dos Online Pass está ligada a esta entrada mas queremos acreditar que sim pois esta é a alçada de Denise. O online e o digital é o maior desafio das editoras de jogos para os próximos anos e a Electronic Arts parece ter a pessoa certa nas suas fileiras. Resta agora esperar que o façam também nas restantes e que a empresa volte a ser, como dantes, uma das melhores (e não apenas uma das maiores) editoras de jogos.