Gunpoint é mais um daqueles jogos, que em conjunto com Hotline Miami e Papers Please, vem provar que uma ferramenta é pura e simplesmente uma utilidade para facilitar a expressão de uma ideia. E se esta ideia for boa, independentemente da qualidade da ferramenta, esta ideia vai vingar. Isto é uma maneira complicada de se dizer: o Gamemaker é muito bom!
É importante falar do engine onde Gunpoint foi construído, porque um novo movimento de indies é definido por este. Gamemaker é um engine que nos permite construir jogos sem grande dificuldade e com rapidez, mas no entanto tem a fama de não ser muito poderoso, deixando funcionalidades mais pesadas de lado. Devido a esta fama, é maioritariamente usado para prototipagem rápida de mecânicas de jogo, para testar e equilibrar o jogo antes de passar para um engine “a sério”.
No entanto, para a nova raça de developers indies que têm equipas reduzidas, a velocidade com que se consegue desenvolver um jogo é crucial, pois influencia quanto mais tempo vão ter de se alimentar inteiramente de feijões-em-lata e atum. Por esta razão e a pela simplicidade com que se consegue “programar” visualmente um jogo no Gamemaker, muitas destas equipas independentes estão a explorar este engine ao máximo e a testar os seus limites criativos.
Hotline Miami vem provar que um jogo feito neste engine pode não só ser um sucesso de culto, como também um sucesso comercial. Já a demonstração de Papers Please exibe a capacidade de se programar mecânicas novas e inventivas nesta ferramenta. Gunpoint eleva a fasquia, provando que é possível usar este engine para polir mecânicas de jogo a um nível extremamente afinado.
Este maravilhoso jogo 2D consiste numa narrativa de espionagem com mais voltas que uma montanha russa, apoiando-se na sua habilidade de fazer “rewiring” de circuitos e de esmurrar pessoas na cara. Gunpoint parece interessante e deve sem dúvida ser apoiado, encontrem-no na Steam premindo aqui.
Longa vida aos indies! Longa vida ao Gamemaker!