League of Legends.

Para quem ainda não tinha ouvido este nome, aproveitamos para enviar um saudoso “Olá” para o interior do seu bunker sem qualquer ligação ao mundo. Este jogo tornou-se em relativamente pouco tempo um dos jogos mais jogados da actualidade, com uma base de suporte de alguns milhões. Um MOBA inspirado em DOTA, mas que oferece uma jogabilidade e acessibilidade muito mais gamer-friendly do que o jogo que o inspirou. Eu próprio senti o impacto das palavras de Fernando Pessoa “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”: a primeira impressão de LoL é estranha, mas pouco tempo depois tem um funcionamento de adição em nós: no meu caso o meu dia é subdividido por momentos de refeições: pequeno-almoço, alomoço, lanche, jantar, League of Legends e ceia. A falha de uma destas etapas pode estragar de vez o meu desempenho físico-psicológico.

League-of-Legends-Miss-Fortune

 

O outro ponto curioso do LoL (cuja jogabilidade e imersão no jogo em si abafam por completo) é a bela manta de retalhos aos quais a Riot Games chama lore. Os personagens que compõem o jogo têm a coerência conceptual de um brainstorm numa mesa com copos de shot. Aliás, a famosa letra de um spot publicitário dos anos 90, com a famosa avestruz da Sonae, que dizia “bem-vindo ao mundo encantado dos brinquedos, onde há reis, princesas, dragões (…)” bem poderia ser o tema do ecrã de login do jogo. Apesar da ideia de estarmos numa arena online com personagens tão díspares como robots, guerreiros medievais, piratas, zombies, ninjas, parecer estranha, a realidade é que ela é um sonho molhado de qualquer geek, e uma das razões do manancial de diversidade que o jogo apresenta. Isto, e claro, pôs-me a praticar um desporto. E de equipa ainda por cima. Tenho de agradecer à Riot por conseguir que o outrora “Rapaz-que-era-escolhido-para-jogar-à-bola-depois-das-raparigas” se tenha tornado em alguém que tem um papel específico num e-sport.

O novo cinemático apresentado pela Riot para promover o jogo deixou tanto a comunidade de jogadores como todo o meio dos videojogos de boca aberta. A qualidade desta curta está a anos-luz de qualquer outro vídeo disponibilizado até hoje pela empresa, e permite transferir, para quem ainda não conhece o LoL, o quão épica uma batalha pode ser. E é esta emoção que traduz a paixão que este free-to-play criou, desde os milhões (!!!) de jogadores que tem por todo o mundo, como os milhões que assistem aos campeonatos, torneios e afins, com a mesma paixão com que qualquer adepto de futebol vê jogos do seu clube. Mas se o investimento económico feito pela Riot neste vídeo foi certamente grande, deixa um pouco de espaço à indignação dos seus jogadores: para quando um client decente do jogo, que não seja esta aplicação cheia de bugs desenvolvida em Adobe Air?

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