A primeira vez que segurei um comando PS4 nas mãos foi para experimentar o novo Killzone: Shadow Fall. Felizmente, a Sony montou uma sala para os jornalistas europeus, longe da confusão do enorme stand principal da PlayStation, e desta forma foi-nos possível experimentar num ambiente mais privado todas as novidades que a Sony trouxe a Los Angeles para a PS4, PlayStation 3 e PS Vita.
A demonstração de Killzone correspondia ao segundo nível do jogo, uma missão com cerca de uma hora de duração que surge após o nível de tutorial. O primeiro impacto com Killzone foi também o primeiro impacto que tive com um jogo de nova geração na E3 e, em praticamente todos, a sensação é a mesma: o espanto causado pela iluminação. Esta nova geração, na maior parte das vezes, está ao nível ou bem acima (o caso de Destiny) daquilo que os melhores PC estão a conseguir.
Este aumento enorme de capacidade de processamento gráfico traduz-se numa transformação de Killzone, de uma experiência mais linear para uma experiência mais aberta. Estamos aqui perante cenários de missão que são pequenos mundos abertos onde temos liberdade para escolher qual a nossa abordagem ao mapa e aos objectivos. Podemos escolher entrar a matar como comando ou escolher uma abordagem mais furtiva. O facto do cenário ser extenso ajuda a que qualquer estratégia se divida em muitas outras opções.
Começamos a demonstração no topo de um posto de controlo e ao longe vemos o local em que caiu uma nave para a qual nos temos que dirigir e descobrir se alguém se salvou. O fumo negro sai do meio de uma floresta e à nossa volta o cenário é de um detalhe imenso. Ao longe, o horizonte é extremamente detalhado e repleto de elementos (os horizontes, depois da iluminação, são outro dos espantos desta geração) e mais perto de nós uma enorme estrutura inimiga rasga os céus. Por baixo de nós estende-se uma enorme floresta onde cada folha abana ao vento, a água corre nos riachos e onde entre as muitas rochas do cenário estão construídas pontes, postos de vigia e outras estruturas metálicas.
Após uma pequena explicação sobre o sistema de controlo por parte de um responsável da produtora chegou o momento de me lançar, literalmente, no cenário. Killzone está repleto das nossas ziplines nas quais podemos deslizar entre torres e desta forma calcular a nossa estratégia a partir do topo das árvores. A ajudar temos também um sistema de eco-localização que analisa o terreno e nos mostra onde estão os inimigos (mesmo atrás de estruturas) e um drone que podemos enviar apontando para a frente e que pode ajudar-nos a aniquilar os inimigos mas também a fazer hacking a alarmes, desactivando-os. Todas estas opções podem ser selccionadas e mudadas através do ecrã táctil do comando. Por exemplo se deslizarmos o dedo para a esquerda ou para a direita acedemos a zonas diferentes da roda de interface. É uma forma muito rápida e intuitiva de navegar entre as nossas possibilidades.
A estratégia que adoptei na demonstração foi mais furtiva. Com apenas um toque de botão a nossa arma reconstrói-se para se tornar uma sniper rifle e desta forma podia ter aniquilado à distância o primeiro inimigo. Mas preferi deslizar pelo cabo e atacar com a faca no momento da queda. A partir daqui a eco-localização revelou 3 inimigos a patrulharem a zona perto do alarme. Foi então o momento de preparar novamente a sniper rifle e de ao mesmo tempo enviar o drone. Enquanto o drone tomou conta do primeiro inimigo eu carreguei a energia da espingarda e atirei os restantes ao chão com, um deles segundos antes de este ligar o alarme. A pessoa que me estava a guiar durante a demonstração avisou-me que se o alarme tivesse soado não ia ser fácil conseguir evitar o fogo inimigo. Foi isso que eu fiz numa segunda tentativa e morri em segundos.
O drone pode ainda ajudar-nos tornando-se um escudo de energia atrás do qual podemos disparar; pode cortar Ziplines inimigas ou pode patrulhar uma área e, se necessário, abater inimigos de forma furtiva. As ziplines são lançadas por nós e o interface indica-nos quais os pontos aos quais elas se podem agarrar. A ideia é que possamos ter sempre a opção furtiva na forma de abordar o cenário, e os vários objectivos que estão espalhados no mesmo.
Esta demonstração permitiu ainda experimentar o modo de adrenalina que entra em acção quando estamos quase a morrer e que coloca tudo em câmara lenta, dando-nos uma última hipótese de nos safarmos de uma situação limite que parecia sem solução à vista.
Killzone: Shadow Fall mostra que estamos perante uma nova geração. Visualmente é um jogo impressionante e com uma iluminação e cenários de nos deixar de boca aberta. Os cenários mais abertos permitem uma navegação livre e uma abordagem muito mais estratégica aos níveis, enquanto o novo drone adiciona complexidade à forma como vamos abater os inimigos. Há uma grande aposta na furtividade pois quando somos descobertos os reforços que vêm no nosso encalço são muito difíceis de abater. O tiro com as armas é visceral e as ziplines proporcionam muitos caminhos alternativos por cima dos inimigos. O interface selecionável no painel táctil do comando é funcional e intuitivo. Cerca de 20 minutos jogados e Killzone: Shadow Fall mostra já que vai ser um dos títulos mais falados entre os jogadores quando pegarem no comando e perguntarem: o que é isto? A resposta é: bem-vindos à nova geração.
http://youtu.be/Yf5CFub1GrQ