Em 1920, uma mulher com meias de liga e collants vai rebater o impossível e controlar as luzes e as sombras. Chama-se Lithe, amiga imaginária de uma menina chamada Didi, que conta uma vida difícil de família desestruturada. O limite só será quebrado quando não mais existir luz que funde as formas sombrias nas paredes. De Greenlight à Focus Home, chega-nos Contrast, criado pela Compulsion Games.
Anteriormente, Contrast era apresentado no steam greenlight e foi bastante aplaudido pela comunidade. Estes aplausos ressoaram até os bons ouvidos da Focus Home Interactive que falou bem em editar este título promissor. Um film-noir, misterioso mas não assustador, com beleza e erotismo leve. A própria voz que ressoa no microfone de palco, com falta de frequências graves e médias rompem o ouvido com delicadeza absoluta.
Da música aos sons, da arte à narrativa, os anos 20 são representados numa espécie de sonho vivido em cabarés e circos franceses, das cantoras de whisky na mão ao merry-go-round. Inspirado por Pan’s Labirynth e a menina de visões duvidosas ao Portal da Valve pelas mecânicas, Contrast é desenhado com preciosismo. Mesmo que estas inspirações possam estar presentes, nada irá parecer uma cópia ou reutilização completa daquilo que já conhecemos da via artística num jogo. Nem pela narrativa e como a história é contada, por sombras que se movem para também servirem de plataforma. Porque é disto que se trata: Um jogo Puzzle de plataformas pensado a duas e três dimensões.
Controlamos as luzes para criar sombras ou aproveitamos as sombras de fundo para aceder a zonas inacessíveis. Num ambiente 3D, as plataformas reveladas nas sombras serão em 2D. Durante o jogo, e fazendo parte do puzzle, colectamos “luminary’s” que são esferas de luz para activar mecanismos. Quando activado um carrossel, por exemplo, as luzes ligam-se e transportam as sombras dos cavalos em andamento pela parede. A menina de collants irá pela parede por cima das sombras dos cavalos até chegar a uma plataforma real. Durante a apresentação, faltava uma parte para continuar o percurso, e a Didi meteu-se entre a luz e a parede com um ferro para criar a plataforma em falta. O imaginário da Didi é de entreajuda, não egocentrista ou de coração impuro.
Este foi um dos melhores jogos que vi na E3 2013. Uma arte distinta, imaginária, com Mecânicas funcionais e de interacção com a narrativa, directamente.
http://www.youtube.com/watch?v=umtIoUuaIbw
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[…] enquanto esperava pela apresentação à porta fechada de jogos ainda por verem o seu lançamento: Contrast, Bound by Flame e Sherlock Holmes: Crimes and Punishments. Ainda terei oportunidade de falar-vos […]