Os Videojogos são alvo de criticas desmesuradas, sem fundamentação científica que conteste ou revele como verdadeiras algumas afirmações que se proferem sobre os mesmos. “Exposição demorada a jogos de consola provoca isolamento e agressividade” lê-se no separador em destaque durante o “jornal da uma” da TVI, no dia 12 de Junho de 2013.

 

“Isolamento, Agressividade e fuga de questões emocionais, são as três expressões que nem crianças, nem adolescentes, nem pais querem ouvir quando se fala em Videojogos(…)” Referem os jornalistas da TVI. Esta declaração contraria o estudo do ISFE (Interactive Software Federation of Europe), que cataloga os jogos em três palavras-chave: Entretenimento; Escapatória e Divertimento. Na realidade, a afirmação da TVI tem algo de verdadeiro: Não querem ouvir… e o mais provável é que nunca vão ouvir.

Sensacionalismo. A palavra que mais parece descrever esta reportagem e pela visão parcial sobre os Videojogos e seus efeitos. Nefastos, dizem.

Algo que acertaram dizer, e bem:

 “os novos modelos prometem coisas que nunca fizeram antes e têm como objectivo prender cada vez mais a atenção de crianças, jovens e graúdos(…)”

Depois caem na imperícia e agnosia ao dizer que na Feira de Los Angeles “A grande maioria dos visitantes são Adultos”. Não é a grande maioria. Todos os visitantes são adultos e apenas profissionais da área conseguem ter acesso à E3: Produtores, Editores, Media, Retalhistas, Freelancers e outros. Não é permitida a entrada a menores de 17 anos, nem sequer em eventos fora do Convention Center, onde decorre a E3. O Rubber Chicken esteve na E3 e não se viu uma criança ou mesmo um adolescente. Viam-se algumas crianças pelas ruas da cidade a andar de bicicleta, no carrinho de bebé, mas estes transportes também não eram permitidos na E3, por mais que às vezes fizesse falta uma bicicleta para andar de um lado para o outro.

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Tentem encontrar a criança perdida.

“Os jogos de Vídeo servem-se da realidade virtual para fugir dos próprios problemas”.

Prefiro dizer que serve de escapatória para o dia-a-dia. Para evitar ver televisão, também. É certo que uma criança passar demasiado tempo em frente a um ecrã pode retirar tempo para outras coisas que são importantes no seu desenvolvimento e pode retirar um espaço que precisa para socializar mais. E devem ser os pais, avós, irmãos e outros a ensinar a saber gerir esse tempo. Mas, ao ponto de dizer que pode levar a casos extremos, não será factor do meio envolvente e de famílias desestruturadas? Da falta de atenção necessária, por mínima que seja, para que essa “escapatória” seja canalizada para diversão e entretenimento apenas?

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Hulk Smash Television!

 

Os massacres de Columbine e Oslo também são referidos na reportagem da TVI, como sendo “Exemplo” pelos autores passarem mais de 10 horas por dia agarrados a consolas. Perdoem-me, mas isto é discurso da NRA (National Rifle Association) dos Estados Unidos. Também culpava-se Marilyn Manson pelas letras das músicas. Terão de decidir-se quem culpar, trazendo factos científicos para cima da mesa. Eu já passei 20 ou mais horas seguidas “agarrado” a PC e consolas, mas não me transformei num psicopata ou assassino. Gosto de matar dentro de um jogo, sou gore, hardcore, mas qualquer pessoa (sem excepção) que não passou para o outro lado do espelho ou não tenha razões de conflito social ou político, tenho a certeza que conseguirá separar o bem do mal, o virtual do real.

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Pela cara, também jogava mais de 15 horas.

 

Quantos de vocês já passaram mais de 10 horas em frente ao ecrã? E qual representa o mais violento: A TV, Cinema, Música, Concertos ou Videojogos?

Já sabem, não matem. Já bastam o tabaco, as guerras, a crise financeira e a desinformação associada.