Posso não ser a melhor pessoa para vos falar de FIFA 14 ou de outro jogo de futebol, nem devo ser a melhor pessoa para conversarem sobre futebol em geral, porque não sou consumista desta prática desportiva. No entanto, vou tentar descrever o que vi na EA Sports durante a E3: Emotion.

O que leva muita gente a entrar num estádio de futebol e assistir a um jogo, não é só pelas equipas que estão em jogo, seja a nossa predilecta ou não. É também pela energia transmitida pelas milhares de pessoas, como podemos sentir num concerto por exemplo, num ambiente descontraído, ora de revolta, ora de fanatismo, ora de loucura. Boa loucura. É pelo torcer da vitória, das bancadas em euforia quando a bola ultrapassa aquele risco e quase rasga a rede.

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Living Worlds (Mundos vivos)

O que FIFA 14 vai providenciar é uma aproximação desta atmosfera com o designado “Living World”. Traz a plateia em 3D para a acção, com a multidão em alvoroço e onde excitação é vista de perto. As câmaras sobrevoam a plateia ou fixam-se em determinados momentos decorrentes do jogo. Quando a Electronic Arts refere “mais emoção”, passa muito pela ambiência dentro do estádio no seu todo e não só pela experiência auditiva. Penso que ainda lhe falta aproveitar melhor a capacidade da nova geração nestas plateias (ainda em versão alpha), e prevejo que será melhor definida naquele momento em que não haverá necessidade em produzir um FIFA para a nova e para a anterior geração ao mesmo tempo. Podemos sentir mais o feeling que se vive num estádio mas, visualmente, poderá mais tarde apresentar-se com maior qualidade. Mas dito isto, ainda é esperar até ao lançamento para poder confirmar esta minha opinião. Mesmo assim, sente-se que o estádio está mais vivo, mais imersivo quando nos intervalos ou durante um golo mostra o que se passa na plateia, ajudando a contar a história de um jogo. Ao contrário do começar com um pontapé de saída, ver os jogadores apenas a entrar em campo até começar o pontapé de saída ou apenas ouvir os gritos de fundo com as vuvuzelas. Pois, felizmente foram banidas.

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Human Intelligence (Inteligência humana)

Quando jogava jogos de futebol, entrava sempre a matar com rasteiras. Continuo a fazê-lo bastante quando raramente jogo títulos desta modalidade. Gosto de vê-los a cair, mas sei que quem está comigo a jogar não fica muito agradado. Por estas situações e outras, em FIFA 14 é possível antecipar movimentos e evitar rasteiras elevando a perna. Num passe, não é preciso tocar na bola ou não é propriamente obrigatório. Se Messi passar a bola a outro jogador à frente, este não irá recebê-la directamente mas sim correr em sentido da bola de acordo com a força do pontapé e a velocidade da bola. Portanto, existe mais reacção pela bola e há um maior aproveitamento das físicas de acordo com a bola. A inteligência artificial foi melhorada e os jogadores em campo estão mais em concordância com o como jogaríamos, nós, humanos. A Electronic Arts chama-lhe a isso “Pro Instincts” e este é um grande passo para os jogos de futebol, mas não criem ainda expectativas de ficarem boquiabertos com estas alterações.

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True Player Motion (Real movimento de jogador)

Os jogadores reagem bastante pela força corporal, há mais movimentação de pernas e as cabeças podem chocar num confronto em dominar a bola em primeiro lugar e mais alto. Também de acordo com a antecipação da bola e de situações perigosas ou de falta, a força corporal terá importância nos impactos entre jogadores. Durante a E3, o impacto entre corpos foi o que mais me chamou a atenção e em como os elementos físicos foram aplicados, parecendo ter bastante realismo. Mesmo na recepção da bola de cabeça, há ocasiões de esbarrar com a cabeça do adversário ou da bola não seguir o percurso certo de quem a desviou.  Também melhorado (mas talvez ainda por afinar) era a velocidade variada com a bola nos pés e a aproximação de outros jogadores para retirar a bola a outro.  Considera-se esta mudança em FIFA 14 para conferir mais realismo, mas funcionalmente poderá atrapalhar o seguimento da bola. Também as antecipações e o confronto corporal tornam o jogo mais realista.

Menos realistas pareceram os árbitros, com movimento um pouco preso e como se estivessem prontos a atacar alguém, como um cão de guarda. Ou então é da excitação por querer apanhar a bola e não poder tocar.

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Animation Coverage (cobertura nas animações)

Durante as repetições, é possível rodar e trocar o ângulo da câmara. Na marcação de golos, as novas opções de câmara possibilitam observar melhor e por outros planos como o golo foi marcado, colocando em pausa ou reproduzir em slow motion. Em faltas, por exemplo, podemos ver a relva a saltar dos pés e pela caída de um jogador, ao pormenor. Infelizmente, não tive tempo nem oportunidade para obter mais informação sobre as repetições.

 

Não sei ao certo qual será a diferença entre recente e nova geração para FIFA 14. Mas como referi anteriormente, prevejo que a qualidade será melhor definida naquele momento em que não haverá necessidade em produzir um FIFA para a nova e para a anterior geração ao mesmo tempo. Vi melhorias, mesmo não sendo apreciador de jogos de futebol. Quanto à jogabilidade e se esta não interferir com o hábito que adquiriram dos FIFA anteriores, teremos oportunidade para saber mais à frente.