É noite, estamos camuflados no meio das ervas e estabelecemos contacto com patrulha inimiga. Dois homens armados estão quase a descobrir-nos e lançamos o ataque. Começa um cão a correr para abater um dos homens, munido com material militar no dorso com uma câmara que permite ver com um comando à distância e abatemos o outro inimigo com a arma e silenciador. Continuamos o percurso com o cão a acompanhar-nos, balançando a cauda, gemendo e ganindo. É o Riley, o pastor alemão treinado para acompanhar os dois irmãos da Navy SEAL numa América devastada por um evento ainda por desvendar.

CODGhosts_JungleEnvironment

Encontrámo-nos mais à frente no caminho e começam a desabar pedaços de um monte, seguindo-se uma igreja que cai num buraco massivo num ambiente de grande destruição. As aves voam em bando, as ervas mexem-se de acordo com o vento, as árvores no horizonte mais longínquo não perdem definição. Fazemos uma festinha ao Riley para preparar caminho e ficar em alerta, ficando este em modo de ataque com os dentes afiados à vista. Estabelecemos mais um contacto com inimigos e é novamente a vez de Riley entrar em acção. Controlamos este com o comando e aos poucos vamos abatendo um a um arrancando-lhes um pedaço do pescoço. Permite ter uma visão mais próxima no terreno e chamar a atenção ao ladrar, atraindo os opositores para a visão de mira. Riley é o cão mais treinado que todos deviam ter, mas é um cão que deve ter passado a infância como chineses acrobatas.

NoMansLand

A descrição acima é um excerto do nível No man’s land, um dos três níveis demonstrados durante a E3 2013 à porta fechada no stand da Activision. Antes de partir para a demonstração de gameplay, tivemos uma breve demonstração da tecnologia e do que iria permitir. Tudo é detalhado para não quebrar grafismo ao perto e ao longe com mapeamento de texturas melhorado. Durante a revelação da Xbox One, Call of Duty: Ghosts foi comparado por Modern Warfare 3 e não por Black Ops 2, para dar mais aquela sensação de extrema melhoria. No entanto Call of Duty: Ghosts, como toda a série Call of Duty, aposta imenso em realismo top-of-the-line. O todo envolvente e a água, por exemplo, posso assegurar que nunca vi nada igual correndo a 60 fps. E se Call of Duty: Ghosts vender como pipocas, será, como sempre, pela tecnologia e pela novidade: o cão. O cão que tem sido alvo de escárnio e mal-dizer, mas é um fofinho. É como um menino de pijama às riscas, que no meio de horror proclama alguma bondade com o abanar da cauda.

Good_boy_Riley_COD_Ghosts

Seguimos para o nível Federation Day, com fogo-de-artifício numa cidade pormenorizada e que voltou a atestar o poder da tecnologia da Infinity Ward, produtora de Call of Duty. No cimo de um arranha-céus, descemos com cordas até um andar onde encontram-se, supõe-se, terroristas. Numa operação cirúrgica, com o vento a soprar bem no alto e que nos vacila a mira, reduzimos o número de inimigos através do vidro com táctica. Entramos no prédio, onde o objectivo é destruir um servidor e sair pela calada. Escondêmo-nos no escuro, resolvemos não atacar alguns terrorsitas que passam, mas os dois irmãos mutuamente “brincam” em sintonia, silenciando um dos terroristas desconfiado e arrastando o corpo para o canto escuro. Mas nem tudo corre como previsto e logo se transforma num caos com acção a 360º. Como não podia faltar, o arranha-céus vai demolir-se e cairemos com ele bem lá do alto, num estrilhaçar de vidros e com enormes placas de betão contra betão.

COD_Ghosts_Server_Room_Takedown

No último nível da apresentação, intitulado Into the deep, estamos com barbatanas nos pés a ver navios por cima de nós. Os peixes passam à nossa frente a nadar, algum coral ainda permanece intacto e, mais uma vez, atesta-se a qualidade da tecnologia. O mar está bem vivo. Estamos dentro do mar. É impressionante. Os dois irmãos partem na missão de sabotar um barco de guerra, contactando por intercomunicador e gestos, trazendo consigo uma carga de explosivos para destruir o barco. Também possuem armas que disparam bem debaixo de água, contrariando um pouco a física. No momento que a missão tem êxito, a explosão acontece e tudo desaba. Não é um prédio, não são dois. É o barco, é o barco que chegou entretanto, é um pedaço de sabe-se-lá-o-quê. É o caos, novamente, sem saber como nos vamos safar.

codghostsdeepdive

Call of Duty: Ghosts não se afasta da intenção de vender milhões, não se afasta dos anteriores jogos da série, mas afasta o cão dos arranha-céus e da água. O poder gráfico é, de facto, impressionante, mas estará preparado para entregar uma experiência além do que já conhecemos da série?