Durante a E3, fomos convidados pela 505 Games e o Rubber Chicken experimentou em primeira mão a sequela de PayDay. Estavam presentes mais pessoas de outros meios da especialidade de outra parte do mundo, com os quais tive o prazer de jogar em modo cooperativo a quatro jogadores.
Preparámo-nos para iniciar o jogo visualizando o mapa extenso, o CrimeNet, com vários locais que seriam destacados para futuros assaltos e informação sobre cada “trabalho”. Seguimos para a configuração do nosso personagem, escolhendo o armamento que cada um achasse adequado, sendo preferível cada um ter armamento diferente pelo objectivo e género de assalto. Fomos alertados que iríamos começar fora do banco, na rua da cidade, e que qualquer colete anti-balas alertaria as pessoas. Seguimos o conselho, de fato vestido e com máscaras preparadas. Contornamos os quatro as traseiras do banco, e deparámo-nos com um homem a suspeitar dos nossos movimentos. Ou seria da minha arma na mão? Outro jogador forçou o homem a ajoelhar-se e amarrou as mãos atrás da cinta para neutralizá-lo e silenciá-lo. Continuámos pela porta das traseiras, lentamente, até que o primeiro disparo saiu pelo cano da arma, um guarda morreu e o alarme soou. Estava instalada a confusão.
Seguiu-se um breve tiroteio e os reféns inocentes estavam ajoelhados, mas não sei se algum escapou. Quem quereria deixar testemunhas, mesmo com máscaras na cara, certo? E a quem interessava se fossem apanhados num fogo cruzado? Estávamos ali para fazer dinheiro, dinheiro a sério, e sem margem para sermos apanhados. Pelo menos, essa era a intenção de PayDay, por mais caótica a abordagem e o número de polícias, SWAT e militares que se aproximassem do local. Com o sucessor PayDay 2, podemos olhar por um lado mais estratégico e discreto, conseguindo terminar o serviço antes de chegar a equipa SWAT, por mais fáceis de abater que pareciam durante a demo na E3.
Assim o tiroteio continuou, caindo que nem moscas com balas a atravessar janelas, ao tentarem entrar pela porta da frente ou tentando surpreender pelo telhado. Mas lá estava eu à espera deles, enquanto os meus parceiros guardavam as entradas laterais e outro preparava-se para começar a abrir a caixa-forte. Via lá de cima a polícia SWAT a contornar o prédio pelo outro lado do passeio, a polícia da cidade atrás dos carros a apontar a arma para cobrir a entrada principal e os militares vestidos de verde-tropa começavam a chegar ao local. Estávamos numa avançada aprendizagem em como não roubar um banco, com um número de corpos caídos a ascender um número incontável. Nem sabia se ainda havia reféns para uma possível negociação, mas isso não impedia os agentes de entrarem e colocarem em causa a vida destes. E no momento que começaram a lançar as granadas de fumo, era pior que estar a descascar cebolas. Não havia espaço para negociação. Em PayDay é entrar e sair, de queixo levantado, a gatinhar ou num saco preto.
Roubamos, é nosso. Ao contrário do antecessor, em PayDay 2 ficamos com o dinheiro do assalto, não sendo apenas um “trabalho” em que nos pagam pelo serviço. A recompensa pelo sucesso de cada roubo permite decidir mais sobre como personalizar a personagem, numa fórmula mais ao estilo RPG, com escolha de skills em quatro especializações: Mastermind (estratégico); Ghost (stealth); Enforcer (combate) e Technician (técnico). Também permite comprar armamento específico para novos assaltos, como conseguir a planta do banco, silenciadores ou contratar snipers, por exemplo. Espero que depois do lançamento criem mods ou DLC que permitam ter um tanque, não para estar na rua a defender como fazem os snipers, mas para abrir mais depressa a caixa-forte. São muitos minutos necessários para conseguir perfurar o aço, tornando mais tenso e difícultado levar a grossa recompensa.
O intuito de PayDay 2 é bifurcado: pode correr bem e ser um trabalho limpo, como pode brotar o inferno da terra. Os jornalistas que jogaram comigo também devem ter ficado com bifurcada opinião: por um lado “Lutamos até ao final com muita adrenalina”; pelo outro “Era uma equipa de noobs que não paravam de matar gente”. Não sei quem eram, mas adorei estar ao lado deles. Fizemos uma excelente team sem estratégia, não cobrindo as costas uns dos outros até ao abrir da caixa-forte e a gastar balas como se não houvesse mais bancos para assaltar.
Já tenho saudades deles e não os adicionei no facebook. Agora vou esperar pelo dia 16 de Agosto (para Xbox 360; 13 para PC e 14 para PS3) pelo lançamento de PayDay 2 e esperar que os encontre online, a comentar o quão mau e desorganizado foi o assalto. Conseguimos abrir a caixa-forte e ainda tivemos de abrir cada caixa individualmente dentro da caixa-forte. Cada caixa continha dinheiro e armamento, mas demorava a abrir cada uma, com o tempo contado e a pressão da polícia militar a não favorecer. Fomos caindo um a um, tentado aguentar e reanimando o companheiro caído, numa crescente afecção condiscípula. Estávamos naquele momento uns pelos outros, dentro da caixa-forte a pressionar a entrada com fumo e balas perdidas. Foi até ao último suspiro. Morremos todos.
Foi uma boa lição em como não roubar um banco.
Comments (1)
Realmente vocês não tiveram uma boa estratégia para assaltar o banco, estavam mais interessados em saber como é o jogo e o que acontece na hora do assalto, mas pela experiência deve ter valido cada segundo, estou muito ansiosa pra jogar esse jogo, já que eu não tenho previsão de quando irei jogar :/