A Kalypso Media não deixou arrefecer o calor das ilhas tropicais e já prepara novas regiões para um bom cultivo de café, tabaco, papaia e banana. Pescam-se os peixes das águas para alimentar os habitantes, as vacas também desempenham um papel determinante nesse sentido e o mercado no centro da cidade encarregar-se de fazer chegar a todos uma parcela da colheita e da criação dos animais.
Todos devem alimentar-se para continuar com energia para trabalhar, profere El Presidente. Todos devem ter uma habitação, por mais rasca que seja para não multiplicarem-se as barracas sem condições higiénicas, ordena El Presidente. Todos devem ter cuidados de saúde, de educação básica e um espaço para orar, determina El Presidente. Deve a região exportar produtos de cultivo e de fabrico para haver pilim nos cofres numa corrente mercantil com outras regiões, acerta este Chefe Maior. Construam-se oficinas, fábricas, estações de polícia e de bombeiros, garagens e turbinas; exploram-se as minas e a indústria até acabar com os recursos da ilha; ergam-se os parques, estátuas em seu nome, restaurantes, casinos e bancos.
Porém, com as condições básicas estabelecidas para o seu povo e tudo a correr em sintonia, El Presidente decide enviar parte do erário público para a conta da Suíça. Valeu pelo trabalho em pegar num pedaço de terra e fazer altear dali a humanidade onde parecia esquecida. Esta terra foi provavelmente cedida pelos Norte Americanos em boa fé por um determinado acontecimento político. Democrata ou Ditador, esta figura com maior poder que comanda a região está entre o mais amado ao mais temido. Não é fácil gerir uma ilha quando alguns não estão felizes e as condições não são propícias para uma vida digna, portanto a polícia secreta em seu comando silencia qualquer voz que se queira sobrepor aos ideais estabelecidos. Mas El Presidente sabe quando chega o momento de cortar com o fluxo de dinheiro enviado para a sua conta secreta. Aquele momento em que a produção não chega para exportar o suficiente e distribuir regular dinheiro pelas várias facções, de religiosos a nacionalistas, de ambientalistas a intelectuais, de militares a capitalistas. São portanto necessárias mais fontes de rendimento e é preciso meter esta gente toda a trabalhar e na linha! Se necessário, estabelece-se comandos de postos militares entre vários pontos da cidade quando começarem a surgir os rebeldes cansados de tirania e a tentarem destronar a paz. Mais difícil é ao deixar de agradar os militares porque não se quer um golpe de estado. Foi talvez por organizar um noutra parte do mundo, a pedido dos Americanos, que El Presidente consegui este maravilhoso pedaço de terra. Não vá o destino ser irónico ou trocista.
Este é apenas um cenário desenhado do que pode acontecer em Tropico. El Presidente pode muito bem ser a mulher do povo, um general revolucionário ou um estereótipo de qualquer figura popular do meio cultural e político. El Presidente somos nós e escolhemos quem queiramos ser, com ferro ou flor na mão. Contudo, o dinheiro fala muito alto nestas ilhas, e não bastam palavras de um bom orador para contentar a todos. Aliás, é sempre muito complicado agradar a Gregos e Troianos. E assim acontece na série Tropico: talhar um paraíso procurado pelos mais abastados, um pequeno País adequado exclusivamente para o bem-estar do seu povo ou criar uma zona de conflito em que ninguém entra ou sai. Desde que ninguém levante muito a voz com reclamações, está tudo bem. Or Else…
A Kalypso Media não deixou arrefecer o calor da série e dá sinais de um novo e melhorado mundo tropical sem qualquer reciclagem dos antecessores. Desta vez haverá, além de outras, uma grande adição com modo cooperativo e multiplayer competitivo até 4 jogadores. Da era colonial, pelas duas grandes Guerras à grande depressão e a Guerra fria, aos tempos modernos e após isso, afirma a Kalypso, é por onde vai passar este novo jogo. E porque é sempre importante acolher a família e não importa como torná-los ricos, cada elemento familiar d’El Presidente poderá ser apontado como uma gerente, um general ou um embassador, por exemplo. Não se trata de cunha. Trata-se de garantir os cargos importantes a quem mais se confia, como é natural.
Acima de tudo, a conta na Suíça estará pronta a guardar os ganhos que El Presidente merece receber por toda a preocupação, o trabalho e a responsabilidade. Não que seja necessário ser um ditador para conseguir uma conta na Suíça, o que é representante de outras formas para esconder ganhos ilícitos. Por corrupção, ganhos ilícitos, abuso de poder e perigosas conexões políticas, dificilmente deveremos escapar ao seremos corrompíveis por mais infrangíveis que formos. Assim é Tropico: corruptível, com entranhado humor, até perceber que é algo social e humanamente aceitável (Or Else…) desde que estejam todos felizes. Ou quase todos.
Tropico 5 será lançado em Abril de 2014, mas não está previsto para ser lançado nas consolas de nova geração. Contudo, não interessa muito porque pelo ritmo de produção entre Tropico 4 e Tropico 5, é provável não esperar muito por um próximo. Desde que haja melhorias, estaremos cá para jogá-los.