Nintendo Direct: Pokémon X & Y, agora com certificados de aforro

A um mês do lançamento mundial da tão-aguardada nova geração de Pokémon, a Nintendo, pela voz do seu Presidente, o sr. Iwata, Tsunekazu Ishihara, da Pokémon Company, e Junichi Masuda da Game Freak trouxeram-nos as derradeiras informações sobre X & Y.

Os Pokémon iniciais (aqueles 3 que temos à nossa escolha no início de todos os jogos da série) são sempre uma das primeiras informações disponibilizadas. Desta vez foram anunciados os desta nova geração, como serão disponibilizados pelo melhor amigo do nosso personagem, em jeito de homenagem aos 17 anos da série de videojogos. Os 3 primeiros Pokémon iniciaisserão Squirtle, Bulbasaur e Charmander, mas com a possibilidade de terem uma quarta-forma: a MegaEvolução. E para além de termos sabido antes que esta MegaEvolução ocorreria apenas se utilizássemos a Mega-Stone do Pokémon correspondente, foi revelado que esta particularidade exclusiva de Kalos, a região onde se desenrola X & Y, acontece pela utilização dos Mega-Rings, braceletes à disposição dos treinadores que permitirão às suas criaturas atingir a sua forma final.

 

As edições especiais da Nintendo 3DS dedicadas a Pokémon serão também lançadas na Europa e na América do Norte no dia, com os novos Pokémon lendários Xerneas e Yveltal a decorá-las, quebrando alguns receios dos Pokéfãs ocidentais sobre a possibilidade do lançamento destes modelos atrasarem-se em relação ao Japão. Fica apenas a dúvida no ar sobre o facto de que estas edições surgem em terras nipónicas em duas versões distintas: azul e dourado, sendo que no Ocidente teremos uma versão azul e outra vermelha.

Mas as grandes novidades prendem-se com algumas questões que temos há meses sobre a retro compatibilidade do sistema de trocas entre a 3DS e os jogos da geração anterior (Black e Black 2 e White e White 2). Foi anunciado um sistema a ser lançado a 27 de Dezembro de 2013 chamado Pokémon Bank que consiste num sistema de cloud para onde podemos enviar os nossos Pokémon. Este sistema terá capacidade para 100 caixas de armazenamento, portanto uns módicos 3000 Pokémon. A aplicação será disponibilizada como um serviço com anuidade e dará acesso, a quem o subscrever, a obter gratuitamente a aplicação Pokémon Transporter, que permite a transferência da nossa colecção de criaturas da geração anterior para a cloud do Pokémon Bank.

E se para todas as pessoas que não são fãs da série, ou não a jogam há tempo suficiente, este conceito de sistema cloud pode parecer banal, ou uma informação de pouca relevância, há vários factores que para quem joga, e em especial para quem joga há muitos anos, esta notícia é uma das maiores inovações da série e da companhia. A começar pelo próprio conceito de cloud: é sabido que ao contrário de outras companhias, em que as contas dos jogadores estão salvas num servidor, e todas as informações de aquisições, biblioteca, etc., estão disponíveis remotamente e acessíveis em qualquer parte do mundo. Em ambas as consolas actuais da Nintendo, estas informações estão guardadas localmente nas mesmas, não sendo possível, sem uma transmissão local, passar uma conta de 3DS para outra 3DS. Esta rendição a um sistema server-based criado com Pokémon Bank pode ser um sinal de tentativa de “modernização” da parte da Nintendo, e quem sabe, uma futura aplicação do sistema às nossas contas 3DS e WiiU.

Pokemon bank

 

Por outro lado, há-que compreender que o colecionismo de Pokémon é uma actividade que envolve muitos anos (o meu Pokémon Blue data de 1998) e centenas ou milhares de horas de jogo: a cada nova geração que surge há sempre a necessidade de transportar, de forma morosa, toda a nossa colecção para o novo jogo. Em relação à minha própria colecção, tão acarinhada em todos estes anos, e com tantas memórias atribuídas, sempre pensei se algum dia a poderia deixar de herança ao meu filho, ou sequer, se ele vai ter interesse na série (o que julgando pela forma como os seus olhinhos brilham a olhar para o poster do Pokémon Rumble que tem no quarto, a probabilidade é grande).  E é curioso como essa foi uma das questões colocadas pela cantora japonesa Shoko Nakagawa, que transmitiu a Masuda a sua vontade de um dia deixar de herança a sua colecção de Pokémon aos seus filhos e netos.  Esta preocupação (ou vontade) é legítima e acredito que seja uma  realidade para quase todos os jogadores que têm filhos: há algo intrínseco à ideia de legado que nos impele a querer perpetuar as nossas colecções  aos nossos filhos: seja a nossa recheada conta de Steam, ou a quantidade astronómica de cartuchos que temos lá por casa.

Os Pokémon no nosso Pokédex são tal e qual como qualquer outra colecção, com a diferença que muitas destas criaturas serviram como substitutos de animais de estimação. E espero sinceramente que um dia os meus netos possam divertir-se tanto com o meu Blastoise como eu me diverti.