Existem várias “guerras” históricas entre os gigantes do desporto digital. A mais conhecida foi sempre a travada entre Pro Evolution Soccer e FIFA, com uma batalha sem fim e sem conclusões sobre qual o melhor título de futebol. Não é uma batalha única travada linearmente, mas sim uma série de muitos confrontos anuais em que a Konami e a EA Sports trazem sempre armas diferentes para o campo de batalha e em que o facto de uma estar mais forte num ano não quer automaticamente significar que o mesmo irá acontecer no ano seguinte.
Outra guerra menos debatida mas que foi interessante assistir ao longo dos tempos foi a travada entre as séries NBA Live e NBA 2K. Curiosamente, nos últimos anos essa batalha deixou de ser um conflito, por desistência de um dos concorrentes. A última vez que a EA Sports lançou um jogo da série NBA Live foi no final de 2009 e desde aí deixou os jogos de basquetebol sem concorrência nas mãos hábeis da 2K. Os últimos anos foram anos de aplausos da crítica e dos fãs a reconhecerem no trabalho da 2K aquela que é a melhor simulação interactiva do desporto.
O final deste ano vai devolver-nos a grande batalha com o regresso de NBA Live 14 a concorrer com NBA 2K14. A curiosidade é que NBA Live vai saltar directamente para a próxima geração de consolas e NBA 2K vai ser lançado para ambas as gerações. Quais são então as armas que o estúdio Visual Concepts traz para o terreno para defrontar o IGNITE da EA Sports?
A primeira mensagem que o estúdio tinha para nós, na apresentação à porta fechada do jogo na Gamescom em Colónia, era que NBA 2K tem crescido enormemente na Europa, mesmo sendo um continente tradicionalmente mais atento ao futebol. Isto fez com que passasse a fazer sentido para a 2K incluir a Liga Europeia no jogo com 14 das maiores e melhores equipas da Europa incluindo o Real de Madrid ou o CSKA de Moscovo.
A segunda mensagem vinha da parte de LeBron James em formato de vídeo. Percebe-se aqui que os contratos publicitários não tornaram apenas o King no basquetebolista mais bem pago do momento mas que também o ensinaram a estar em frente a uma câmara. O genérico do jogo é praticamente dominado por um monólogo inspiracional de LeBron que está presente em vários aspectos do jogo e, segundo o estúdio, envolveu-se em todos os aspectos da criação de NBA 2K14 e ainda escolheu a música. Com a vida e os contratos de LeBron esta parte deve ser entendida com uma moderada dose de cepticismo, ou como dizem os ingleses com “uma pitada de sal”.
LeBron James está ainda presente como um modo de jogo, intitulado “Path to Greatness”, uma espécie de campanha em que, começando no ano de 2013, deveremos conduzir LeBron James ao longo dos próximos 7 anos de carreira com o objectivo de o colocar no Hall of Fame da NBA para a posterioridade.
Em termos de jogabilidade, a grande diferença e evolução da edição deste ano é a introdução do Pro Stick em pleno. A edição anterior já nos permitia algum controlo com o analógico direito mas a partir de 2K14 esse controlo vai ser total. Todos os dribles desde passar a bola por baixo das pernas, por trás das costas, ameaços e outros truques para confundir o adversário são executados com pequenos toques no manípulo direito. Após a apresentação tivemos acesso ao jogo e percebemos que este controlo precisa de habituação. Se deslocarmos o manípulo demasiado tempo vamos entrar em modo de lançamento o que se for do meio campo ou resulta num grande momento de sorte ou na bem mais provável perda de bola.
O que continua maravilhoso e ainda melhor são as animações dos jogadores graças a uma nova tecnologia de compressão desenvolvida pelo estúdio e que permite um grande aumento no número de animações para cada movimento. O que continua um desastre é o público. Na tentativa de dar mais animação e movimento às bancadas, o resultado são animações repetitivas e aleatórias que estão o tempo todo a distrair-nos do jogo. Já o banco de suplentes e os árbitros cumprem bem o seu papel.
O jogo vai possuir um Rooster Dinâmico que todas as noites recebe novos dados estatísticos baseados no mundo real e desta forma permitir upgrades (ou downgrades) às estatísticas das equipas e jogadores individuais. Após os muitos pedidos dos fãs os modos Crews e MyTEAM estão também de regresso ao jogo.
A 2K apresentou-nos na Gamescom um NBA 2K14 a correr numa PlayStation 3, quando todos esperávamos ver a versão de próxima geração apresentada uns meses antes. Com a série NBA Live de regresso embora apenas na próxima geração de consolas, NBA 2K14 volta a ter uma concorrência de peso e não sabemos se o Pro Stick e um detalhe maior de animações vão ser melhoramentos suficientes para competir com o motor IGNITE da EA Sports. Na actual geração de consolas, NBA 2K14 vai continuar sem qualquer competição, mas é nas futuras máquinas da Microsoft e da Sony que o verdadeiro jogo se vai travar.