Chega-nos o primeiro trailer de jogabilidade do próximo trabalho de Shinji Mikami. Proclamado como pai do Survival Horror moderno, e justamente se pensarmos que foi com Resident Evil que o género se estabeleceu, juntamente com as mecânicas e dinâmicas de jogo que foram sendo reformuladas ao longo de quase 20 anos. Sob as fundações criadas por jogos como Alone in the Dark, Mikami criou uma saga que apenas terminou o seu fulgor com a sua saída da Capcom, após recriar mais uma vez o género com a obra prima que foi Resident Evil 4.
De forma quase em ciclo, 2014 marca o regresso de Mikami ao survival horror, 10 anos após o último Resident Evil digno desse nome. Não é exagero nem presunção se considerarmos os jogos do designer como sendo de Autor. Poucos se podem gabar de terem no seu trabalho a marca de autor. Nomes como Ueda, Chahi, Kojima ou Miamoto, também nos jogos de Mikami é clara uma direcção artística e design de jogo muito pessoal, e The Evil Within não foge à regra.
O próprio nome apresenta ligações claras a Resident Evil, pelo menos na sua forma ocidental – Biohazzard e Psychobreak nas respectivas versões japonesas. O mal residente, o mal interior, uma força malévola que é intrínseca a algo com que o jogador se defronta. As influências hispânicas que continuam bem presentes, em Resident Evil com toda a acção passada em Espanha, em Shadows of the Damned com o protagonista (Garcia “Fucking” Hotpur) e estética sonora e também em The Evil Within com o protagonista Sebastian Castellanos. O design de jogo é em The Evil Within bastante reconhecível e não seria exagero considerar este jogo como o sucessor espiritual de Resident Evil 4.
E para regogizo dos aficionados do terror, parece-nos que o jogo será de extrema violência visual. Tanto o trailer como os esparsos minutos de jogabilidade que têm surgido desde a E3 auguram uma experiência que não é para todos, muito menos para os mais pequenos. A liberdade artística e de expressão assim o exigem. Parabéns à Bethesda pelo suporte a uma obra que não parece ter freios no que diz respeito a um design mais arrojado. Se o temos na literatura, na pintura ou no cinema, porque não também nos videojogos. The Evil Within parece ter no grotesco e no perturbador, armas de arremesso contra mentes mais sensíveis. Acolhemos-las de braços abertos e olhos arregalados.
A expectativa é grande e o tempo de espera infelizmente também, 2014 parece-nos tão longínquo. Por enquanto ficamos com o mais recente trailer.
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