Em 2007, o estúdio Finlandês Housemarque lançou um pequeno exclusivo digital para a PlayStation 3 que se veio a tornar um dos jogos PlayStation Network mais jogados de sempre.  Super Stardust HD trazia para a consola da Sony um género que quatro anos antes renascera em grande (com Geometry Wars na Xbox): o do twin-stick shooter, que aqui podemos traduzir livremente como o shooter com dois analógicos. Embora a própria produtora já tivesse lançado Stardust e Super Stardust nos anos 90, o certo é que estes jogos usavam uma combinação de teclado e rato para produzir um efeito que não é o ideal, o de jogar com dois joysticks.

O primeiro jogo a introduzir este inovador sistema de controlo, em que um manípulo controla a direcção da nave, veículo ou personagem, e o outro manípulo controla a direcção do disparo foi Robotron: 2084, uma arcade lançada em 1982. A partir daí vários jogos de arcade replicaram este sistema recompensador e desafiante, mas em casa tivemos que esperar até que os comandos de controlo passassem a contar com dois manípulos analógicos, algo que não existiu antes do final dos anos 90.

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Super Stardust HD entregou-nos um shooter com dois analógicos, com uma acção frenética a 360 graus em redor de vários planetas e com explosões visuais e sonoras constantes. Seis anos depois, ainda são muitos os jogadores que continuam a disparar as suas naves na PlayStation 3.

Resogun traz para a PS4 tudo o que Super Stardust HD tinha de bom e vai ainda mais longe. Desta vez não controlamos a acção vista de cima mas sim com uma vista lateral sobre a nave, ao género dos side scrolling shoot ‘em up como R-Type ou como o mais recente Sine Mora. No entanto, a grande variação ao género é que todo o cenário é um grande cilindro e quando atravessamos uma determinada zona conseguimos avistar à distância o lado oposto.

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A acção frenética está de regresso mas desta vez adicionando uma pitada de estratégia. Ao longo do cenário, pequenos humanos presos vão sendo libertados e temos que em tempo útil chegar até eles para os transportar em segurança para um tele-transporte, o que implica navegar por entre dezenas de inimigos, evitando tiros e outros elementos. O nosso poder de fogo é em tudo semelhante a Super Stardust, com Power Ups, ataques devastadores recarregáveis e as indispensáveis bombas que “limpam” uma grande área, para além do turbo que por momentos nos permite não só atravessar rapidamente áreas através dos inimigos, como indo até gerando uma onda de choque pelo caminho que os faz explodir, enquanto a electrónica e o dubstep ressoam nos nossos auscultadores (convenientemente ligados ao novo Dualshock 4)

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Visualmente, o jogo é um enorme showcase tecnológico ao que a PS4 pode fazer. A quantidade de partículas em processamento ao longo de uma explosão chega a ser inacreditável e o número e qualidade visual dos elementos em cena é uma vénia feita a qualquer fã do género. O gozo continua lá, e durante uma hora não me apeteceu largar o comando enquanto acelerava através de inimigos, ou me deixava rodear por eles, falsamente armado em vítima para depois fazer explodir uma bomba e provocar uma explosão de mil e uma cores e com centenas de elementos no ecrã.

De todos os exclusivos PS4 que já experimentei até hoje, Resogun é uma das armas secretas da Sony, um dos melhores shoot ‘em ups dos últimos anos e talvez aquele jogo que justifica para já a aquisição da consola. Sem grande fanfarra de lançamento a Housemarque tem aqui um novo sucesso para durar vários anos. Note-se, sem grande fanfarra comercial, pois a fanfarra está toda lá dentro, entre muitos tiros, naves e explosões.

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