Faster and faster.

A primeira vez que observei os cenários de NFS: Rivals na PS4, fantasiei com outros universos de jogos de mundo aberto. Pela iluminação, pela folhagem movida pelo vento, pelos ambientes divergentes, e pelos montes em pano de fundo que ampliam a visão das ruas de Review County. Em conjunto tudo parece mais real e transmite uma maior liberdade, assegurado pelo poder do motor de jogo Frostbite 3 e da nova geração de consolas.

Em NFS: Rivals pilotamos carros de racers e polícias, com carreiras e diferentes sistemas de progressão, divididos numa rivalidade que quase nos transporta para uma zona de guerra. Ambos os lados possuem carros diferentes e precisam de carros rápidos – faster, and faster – que diferem entre si desde um Cayman S ao Lamborghini Veneno, de um Camarro ZL1 ao Bugatti Veyron Super Sport.

Tudo começa pela febre social em postar vídeos nas redes: as proezas das corridas, colocando em perigo vidas e destruindo a via pública, fazendo com que a polícia tenha de intervir, perseguir e deter os racers exibicionistas. O tom de cada lado sobe à medida que o perigo nas estradas acresce, dispostos a ir até ao último recurso para ser o mais famoso piloto ou atingir o topo da carreira no corpo de intervenção.

NFSRPromotional1

Hum, dispatch, i have 2 M&M’s in front of me

 

Existem 3 categorias para escolha, seja para racer ou para polícia. Estas categorias permitem adaptar-se à nossa forma de jogar, com diferentes conjuntos de objectivos: Speedlist, que consiste em corrida, perseguição e condução; ou Assignment, que consiste em patrulha, infiltrado e agente de terreno. Estas opções dão uma liberdade de escolha para se estivermos mais interessados em velocidade, perseguição, destruição, turismo ou apenas buzinar aos outros condutores, já que ninguém passa na estrada ou na berma. Caso contrário, podia ser um carmageddon.

Enquanto racers temos de ganhar speedpoints, que nos permitem comprar carros, pursuit tech (armas ou defesas) e personalização de carro, ao contrário dos carros da policia que são oferecidos pelo dinheiro público ou são modificações dos carros que foram apreendidos. Quanto maior for o número de speedpoints ganhos, maior será o multiplayer de speedpoints e mais serão os polícias na nossa cauda, agressivos, juntamente com helicópteros. O que se torna frustrante em NFS: Rivals é no momento de escaparmos e procurarmos por uma oficina (hideout, o que nos permite angariar os speedpoints que ganhámos) ou um esconderijo que os polícias encontram facilmente. Muitas vezes aparece uma patrulha quase a chegarmos ao hideout, mas teremos de fugir novamente e haverá grande probabilidade da confusão se instalar de novo, perdendo todos os pontos, maioritariamente pelo nosso carro ficar destruído.

need-for-speed-rivals-

Mercedes, i am your father!

 

Mesmo assim, existem no mapa oficinas/bombas de gasolina que reparam o carro durante as corridas ou perseguições, dando um novo fôlego para continuarmos nas loucas ruas de Review County. Loucas pela velocidade que o ponteiro marca, pela adrenalina de ranger os dentes, e pelos bugs naquele momento que temos um acidente ou porque vemos um carro ficar estático e disparar a 1000 à hora. Deve ser o turbo com problemas de ejecção.

Por sua vez, os polícias têm postos de comando, que são o seu save spot. Ganha-se menos speedpoints, mas o custo é também menor por não termos de comprar os carros. Excelentes carros, cada um com o seu barulho de motor característico e condução diferente, chegando a relacionar-se com naves espaciais pela agilidade nas curvas, nos drifts, ou no próprio peso. Os polícias são mais dedicados à perseguição, mas não lhes falta a vontade em obter velocidade que desfoca tudo além da estrada, nem são penalizados por destruir parte da via pública.

NFS_Rivals_helicopter

caution: do not use rockets.

 

Os tipos de corridas diferem entre os rivais, com algumas a representarem o jogo do gato e do rato. Por exemplo, numa corrida os racers devem chegar à linha de meta, enquanto os polícias terão de impedir ultrapassar essa mesma linha. No modo “interceptor”, o racer terá de fugir ao polícia, enquanto este terá de apreender. Há também provas de tempo que requerem extrema velocidade e uma grande aptidão para evitar obstáculos, seja para não embater nas bermas ou para causar acidentes. Os pontos são ganhos não só pelo tipo de corridas, mas também por outras condições: saltos; perseguições entre racers; speed zones ou speed cameras (vulgo flash! Óó).

NSF: Rivals tem agora uma nova tenologia: o AllDrive, que tenta retirar o que há entre single player, co-op ou multiplayer. Isto é, outros jogadores podem encontrar-se no mesmo mapa sem interferir na progressão e podem cruzar-se a qualquer momento, competindo ou ajudando numa perseguição. Mas este mundo aberto pode ainda parecer por preencher e com pouca vida ao trazer outros jogadores, sejam amigos da nossa lista, convidados, ou de outra parte do mundo. E sendo esta a grande aposta de NFS: Rivals, que transforma-se pelos pursuit tech, com helicópteros pelo meio, shockwaves e que são uma boa aposta como do jogo Blur, parece faltar algo que convide uma maior party. Talvez faltem jogadores ou talvez falte maior variedade.

Need-for-Speed-Rivals-2

uh, this tickles…

 

O Melhor: as intensas perseguições, os gráficos que são uma delícia, a variedade de carros e handling.

O pior: os bugs nas colisões, falta variedade de armas.

Juntando as carreiras de ambos os rivais, temos uma panóplia de carros bem escolhidos, mas podia ter maior variedade de armas, mais zonas de um mapa que podia estender-se mais, mais personalização de carros. Parece que Need for Speed: Rivals tinha tudo para ser perfeito, mas é como se o tempo de produção tivesse de ser mais estendido. No entanto, é uma dos maiores justificações para comprar uma consola de nova geração pelo aspecto gráfico que apresenta. O que fica mais destacado são os momentos de ranger os dentes, pela adrenalina e pelas intensas perseguições, e podemos estar horas e horas sem que se torne cansativo.

Versão analisada: PS4. Também para Xbox One, Xbox 360 e PS3