Falta menos de um mês para a E3 2014. O burburinho começa a aumentar de tom, seja pelo lado da Nintendo, da Microsoft ou da Ubisoft. Pelos lados de Los Angeles já começaram os preparativos para que a edição de 2014 represente mais uma vez o culminar da indústria dos videojogos, no que respeita ao hype da promoção e na “corrida de cavalos”, ou de gigantes, de forma a concentrar toda a atenção da indústria e dos consumidores num só acontecimento.

Mas porque se anunciam grandes jogos antes deste grande evento? E o que esperamos ver durante a E3, ou o que é que podemos esperar de novo? O facto de anunciar grandes títulos antes do evento não retira o suspense ou espanto?

Tivemos grandes anúncios nos últimos dias: Far Cry 4, pela Ubisoft (durante um relatório financeiro e com uma capa que é alusivo aos Himalaias, com uma personagem sentada num trono que parece o Julian Assanje a segurar a cabeça de um mercenário. Nada de excepcional). Tivemos o anúncio de Call of Duty: Advanced Warfare (que mais uma vez dividiu a internet, uns prós e outros contras). Tivemos também o anúncio de Halo 5: Guardians, pela Microsoft (que só será lançado em 2015 e nada mostraram além da capa e alguma arte). A E3 devia de ser o sítio onde tudo acontece, onde estes anúncios deviam ter um espaço de antena para criar essencialmente surpresa. Mas há outros factores importantes a ter em conta quando se quer ter a máxima exposição dos jogos, principalmente quando falamos de grandes investimentos como estes jogos AAA, que são cada vez mais custosos. É importante para as editoras e produtoras criarem um buzz e um pré-hype, embora este pré-hype possa reduzir algum do buzz pretendido. Ainda assim, mesmo que alguns jogos, hardware ou outros assuntos relevantes sejam revelados previamente, é esperado com exaltação que sejam demonstrados durante a E3.

Halo-5-Guardians-Spartan

Diz-se que a Microsoft está a perder a batalha de consolas de nova geração, em detrimento da Sony, mas não será justo dizê-lo num momento que ainda não entrou em determinados mercados, incluído Portugal (que só chegará cá em Setembro). A E3 é o momento para atrair novos consumidores, reter os fãs e devolver a confiança àqueles que olharam para o outro lado devido à má conduta de marketing da Marca. Portanto, a Microsoft terá uma oportunidade para os consumidores voltarem a acreditar no produto que é a Xbox One.

Do que já é confirmado, teremos Fable: Legends, que terá uma forte presença na E3 e irá demonstrar-se um dos mais deslumbrantes jogos para Xbox One. É esperado que haja uma demonstração de gameplay de Halo 5: Guardians, pois não teria muito sentido anunciar previamente sem ter algo na manga para apresentar durante a E3. Outro eventual anúncio será o que muitos gostariam de ver: poder comprar uma Xbox One sem Kinect (para todos os mercados), a menor custo, e fazer desta consola uma máquina dirigida essencialmente a hardcore gamers. Mais jogos em cima da mesa para demonstração serão: Quantum Break; Killer Instinct Season 2; Project Spark; e outros novos títulos e IPs que a consola da Microsoft tem em falta e tanto prometeu.

Mais, de acordo com Major Nelson, a Microsoft prepara algo que nunca se fez numa E3. Talvez anunciem a Xbox Two: meia consola que corre jogos a 4k, meia torradeira, enquanto Phil Spencer grita “Xbox, torra!”. Ou talvez seja um holograma com Phil Spencer a dançar ao som de “Slave To The Rhythm” para anunciar o próximo Just Dance.

QuanticDream-Kara

A Sony tem apostado muito nos jogos Indie, deu um grande impulso aos criadores de jogos indie durante o hype da PS4, e irá certamente revelar novos IPs ou apresentar com mais pormenor alguns que já foram anunciados. Tal como o sucessor espiritual de Dear Esther: Everybody’s Gone to the Rapture; Hotline Miami 2: Wrong Number; The Witness de Jonathan Blow, criador de Braid; Murasaki Baby; entre outros. Outros jogos que se espera que saltem à vista e mais detalhados são The Order: 1886; The Last of Us: Remastered e DriveClub (esperemos que desta vez não usem imagens de Forza 5 como aconteceu na página de facebook da Sony Middle East).

A Sony terá muito por explicar em relação a serviços, nomeadamente ao PlayStation Now, que permite streaming através da nuvem (via Gaikai) e permite aos consumidores jogarem jogos PS3 a partir da PS4. Também será possível transmitir jogos para a PS Vita. É certo que PlayStation Now será um serviço Premium, e terá de ser pago para ter acesso. Mas levantam-se algumas questões: poderá o consumidor ter um desconto sobre os jogos que já possui? Que tipo de preços serão aplicados, seja por jogos individuais ou pacotes?

O que fica em aberto é a aparição de títulos como The Last Guardian, um assunto ofuscado pela incerteza e que dura há vários anos. Após leaks de imagens de Project Beast, é provável que se retire o pano para todos saberem o que a From Software tem de novo na forja. Poderemos ter novidades da Media Molecule, que poucas novidades nos trouxeram há mais de um ano, com um novo LittleBigPlanet, e poderemos deliciar-nos um pouco com a revelação de Singularity da Quantic Dream ou das capacidades do motor de jogo “Kara”, o mesmo motor usado em The Dark Sorcerer. Seja o que nos espera, a Sony não irá decepcionar.

Mirrors-Edge-2

A Electronic Arts anunciará seis novos jogos e IPs, e irá incluir informação acerca de outros já anunciados: Star Wars: Battlefront; Mirror’s Edge 2; Dragon Age: Inquisition e The Sims 4. Esperemos que Sims 4 não ocupe metade da apresentação só para mostrar como os sims se relacionam para depois romperem com as mesmas relações. Duh. Mas isto é só a brincar, porque se a Electronic Arts tiver um showcase como no ano passado, ganhará a corrida.

Da Activision, como no ano de 2013: Skylanders, Call of Duty (Advanced Warfare) e Destiny. Bastam estes três para render milhões.

E como é impensável haver uma E3 sem Call of Duty, também parece inconcebível haver E3 sem Batman. Deverá ser a primeira oportunidade para vermos o Batmobile em andamento e a roçar os prédios em Batman: Arkham Knight. Também pelas mãos da Warner Bros. haverá hands-on de Middle-Earth: Shadow of Mordor; Gauntlet; Dying Light e veremos possivelmente a dimensão do mundo de Mad Max. [Edit] A Warner Bros. irá anunciar dois novos títulos, um casual e outro core.

BatmanArkhamKnight

A Bethesda é mais difícil prever e terá de retirar da manga algumas novidades para marcar uma forte presença durante o evento. Teremos certamente uma demonstração de jogabilidade de Doom 4, visto que em breve todos os jogadores que fizeram reserva de Wolfenstein: The New Order terão acesso à Beta de Doom. Também haverá hands-on de The Evil Within. Mas o que mais se espera da Bethesda é o anúncio do sucessor de Fallout: New Vegas. Se Fallout 4 se vier a confirmar, a empresa terá seguramente todos os olhos para si voltados, tanto dos media como dos fãs, para saber tudo ao mínimo detalhe.

A Ubisoft teve a tendência em roubar um pouco o spotlight das E3. Primeiro foi com Watch_Dogs e depois foi com The Division. Ambos arrastados pelo tempo. Nesta edição de 2014, só podemos confirmar três títulos por estarem em desenvolvimento avançado: The Crew; The Division e Assassin’s Creed Unity. Sem mencionar Far Cry 4, mas não se sabe o que esperar. Talvez um simples trailer ou talvez um trailer de jogabilidade. E por coincidência ou não, ou porque a Ubisoft se mostra a apostar fortemente nesta vertente, todos estes quatro AAA são de mundo aberto, com uma componente histórica. Rainbow Six: Patriots é outra possível aparição para a nova geração de consolas. Anunciado em 2011, o jogo sofreu um atraso por este não estar suficientemente bom, e houve aproveitamento disso para refazê-lo e trazê-lo para o próximo patamar.

Assassins_Creed_unity

E da Nintendo basta dizer que esperamos entrar num mundo mágico, um espaço onde toda a gente possa experimentar os seus jogos, comprar merchandise, beber uns copos, tirar umas fotografias com o Mario e apreciar o primeiro torneio do próximo Super Smash Bros. para Wii U com 16 jogadores. Mas melhor que palavras sobre a Nintendo na E3 2014, só vendo o seguinte vídeo:

 

Muito mais se pode esperar da E3 2014. Muitas serão as novidades, as surpresas, a ambiência de fanatismo, o super-cool-spot para experimentar as inovações de software e hardware que nos fazem chegar o que mais pretendemos: os jogos. A nova geração assume-se cada vez mais à medida que se somam jogos nos catálogos, e esta E3 2014 vai servir para mostrar um pouco mais do que o futuro nos reserva.