Não existe propriedade intelectual que esteja imune de ser adaptada ao mercado gigantesco de Bollywood. É claro que para isso os produtos originais recebem um tratamento com um filtro próprio, também apelidado por alguns especialistas de música indiana de “Efeito de Mumbai”1.
Apesar de partilharem apenas algumas semelhanças visuais, a realidade é que Watch Dogs é mais um videojogo a servir de mote para uma grande produção indiana, e segue as pisadas de Assassin’s Creed e Uncharted ao ser alvo de uma transposição cinematográfica de Bollywood.
Apesar de ainda andar a explorar as ruas de Chicago de smartphone na mão, e da análise do Rubber estar a cerca de 1 semana de ser lançada, consigo fazer um exercício de extrapolação e imaginar como deve ser este “18.11 – A Code of Secrecy” em comparação com Watch Dogs. Será que quando o equivalente ao Pearce no filme for invadir um edifício em modo furtivo, para instalar um hack no servidor central, será seguido por 2 dezenas de figurantes de camisas garridas a desenvolver coreografias complexas? Ou será que um momento de roubo de automóvel poderá dar azo a uma bonita balada dançável como dançarinos e dançarinas a saltarem alegremente por entre os carros? E nas perseguições policiais, dará para uma pausa para abrilhantar o bigode?
E temos de admitir que do ponto de vista de setting, não há nada que exale mais tecnologia e mundo suburbano viciado em smartphones e internet do que Nova Deli, ou como alguns lhe chamam, a Chicago à beira do Yamuna1.
Fonte: IndianVideoGamer.
1 Dito por mim hoje de manhã, junto à máquina de café do meu escritório.
Comments (4)
“Watch Dogs em Bollywood tem mais caril”
Não é que o artigo em si seja racista, ou o próprio título seja racista. É só preguiçoso. De uma preguiça que me chateia mesmo, daquelas reacções de associação instantâneas que provam que a única coisa que o escritor do artigo sabe sobre a Índia ou a cultura indiana é “Bollywood” e “comem caril”. 1.1 mil milhões de seres humanos reduzidos a danças e açafrão.
Parabéns por não conseguires sair da mediocridade.
Olá Guilherme,
Há uma linha fina que separa o humor, ou a tentativa de o fazer, e o reduzir uma cultura a algo que não sejam apenas estereótipos. Posso desde já adiantar-te que um dos meus sonhos desde sempre foi participar em Bollywood, e se me é possível encontrar uma notícia que grita por uma ligeireza humorística, faço-o sem qualquer problema. Assim como nos reduzo, humoristicamente, à bigodaça que já não possuo ou à “portugalite” futebolística. Há espaços e momentos para tudo, para se falar a sério, para se brincar, e até para aceitarmos quando nos chamam preguiçosos ou medíocres. A vida é mesmo assim.
LOL, rais’te partam agora fiquei com vontade de comer caril de gambas!
Thumbs up para o Ricardo Correia que se deu ao trabalho de responder ao Sr. Guilherme que pelo o que se vê é detentor de uma cultura superior… Para a próxima, envés de caril, talvez seja melhor falar das mulheres que são violadas em grupo e deixadas às portas da morte (quando nao mortas)… Esse sim é uma boa associação. Continuação de bom trabalho.