O verdadeiro tsunami de sandboxs de sobrevivência de multijogadores que envolvem zombies ameaçou colocar em risco de extinção o próprio género. Nos escaparates digitais ou físicos temos tantos jogos em torno da temática do apocalipse zombie, que quase atingimos a probabilidade estatística de termos mais humanos a viver num cenário pós-apocalíptico digital do que num cenário pós-apocalíptico económico onde governantes com cérebro e motivações de zombie comandam os nossos países.

Stomping Land é um jogo ainda em early acess no Steam mas que já é o segundo jogo mais vendido nessa plataforma digital, e que ao invés de nos por a correr cidades-fantasma repletas de zombies, apenas para encontrar algumas latas de feijão espalhadas pelos cantos, coloca-nos a encarnar um caçador-recolector numa passagem de história alternativa em que os humanos coexistiram com os dinossauros. Apesar de ter elementos semelhantes aos restantes sandbox, como construir itens, recolher matérias-primas, e ter de manter as necessidades básicas de sobrevivência, o setting de Stomping Land acaba por ser uma lufada de ar fresco. Até porque o que temos percebido de vídeos de gameplay, é que ao contrário de outros jogos em que a sobrevivência passa pelo isolacionismo, em Stomping Land a organização social é essencialmente tribal, e o jogo quase que nos compele a uma agregação colectiva.

Os zombies são tarefa para meninos: para além de serem lentos, estúpidos, e de irem ao chão facilmente, Stomping Land traz-nos a verdadeira prova de bravura: sobreviver num ambiente hostil em que podemos ser esmagados, comidos, atropelados, esventrados, mutilados e desmembrados por dinossauros. Só não podemos ser abraçados por T-Rexs, e isso deixa-os os tristes. Daí a fúria carniceira que os guia.

Stomping land

Corre pela floresta Forrest, corre pela floresta!