Espera… não, não são! 

Libertado para o mato que é a secção early-access do Steam no passado dia 02 de Julho, Over 9000 Zombies! publicita-se como “o jogo que usa tecnologias matemáticas especiais para vos trazer o maior número possível de zombies”. Isso e gráficos retro que libertam os nossos processadores para outras coisas, como actualizar a leitura no facebook ou no 9gag. Que foi o que dei por mim a fazer após cerca de 10 minutos de jogo.

Antes de mais: quando digo early-access, e segundo os criadores, é mesmo EARLY. Tecnicamente o jogo ainda é um alfa. Isto não é uma análise nem pouco mais ou menos, mas sim um primeiro contacto e uma opinião.

E se vamos falar de primeiras impressões, a minha foi: Left 4 Dead dos pobres. Curto e grosso é isto. Mas como não gosto de não me explicar vamos voltar ao início.

Over 9000 Zombies! é um top-down shooter muito retro. Os gráficos (apesar de mais polidos) remontam-me para os anos 80, e a era do Contra e seus filhotes. Mal arrancamos o jogo (alfa, lembrem-se) estamos mergulhados na acção. Controlamos um (presumível) sobrevivente ao Apocalipse Zombie, e numa pequena ilha simplesmente temos de sobreviver às hordas de mortos-vivos pixelizados que insistem em caminhar na nossa direcção. A “grande” bandeira deste título independente são as tais tecnologias matemáticas especiais que tentam optimizar não só o número de zombies no ecrã, mas tentam também adaptar-se aos movimentos do jogador. Daí me ter lembrado imediatamente do Director do Left 4 Dead original.

Percebo como criar uma IA reactiva possa ser um mui interessante exercício de programação, e posso confirmar que até certo ponto o sistema reage adequadamente às nossas acções. Sucesso? Não!

como sobreviver

Como sobreviver à primeira noite? Encontra um canto e arma a tenda (leia-se turret-spam).

 

Num contexto de um jogo falha no seu ponto mais importante: não é divertido. O conceito soa a divertido! Matar zombies em hordas intermináveis? Porque não? Porque a execução é simplesmente decepcionante. Podemos usar um sistema de dual-stick shooter ou o tradicional conjunto teclado/rato para controlar o personagem (apesar de faltarem opções de configuração importantes), ambos adequados para o estilo. Os efeitos sonoros numa tentativa de serem nostálgicos tornam-se simplesmente irritantes e abrasivos, mesmo com o volume a uns meros 10%. As armas e rácios de descarga de itens ainda precisam de muito trabalho na balança, sendo absurdamente excessivos de momento. Mas a maior ofensa: a repetição e homogeneidade das levas intermináveis de zombies. O jogo torna-se repetitivo muito rapidamente, e mesmo quando o experimentei em modo cooperativo, o meu companheiro ao fim de dois níveis já me perguntava se podíamos ir jogar outra coisa. Mau sinal.

Mas tentei superar o que podiam ser limitações do alfa e insisti como um verdadeiro sobrevivente: sozinho mas determinado a perseverar. Assim, comecei a explorar alternativas. O jogo permite-nos construir barreiras simples e torres de defesa. Tentei vários padrões e disposições e rapidamente me apercebi que as “técnicas avançadas de matemática” eram idênticas ao manual de instruções incorporado dos baralhos de goblins clássicos de um famoso jogo de cartas coleccionáveis, que vos deixo abaixo para consulta (no texto em itálico). Troquem as palavras “goblin” por “zombie” e têm o fantástico algoritmo de Over 9000.

goblin

 

 Magic: The Gathering© e todas as marcas associadas são propriedade intelectual da Wizards of the Coast©, subsidiária da Hasbro© (tenho medo de feiticeiros que vivem na costa)