Uma antevisão a Secret Ponchos
Já tornámos mais do que público que parte da equipa do Rubber (assim como parte do mundo) é viciada em MOBAs, sendo que o nosso coração está preso a Runeterra e ao League of Legends. É verdade que experimentámos muitos jogos do género e que nenhum nos conseguiu tirar do LoL, mas é possível que o que tem conduzido ao falhanço de todos os novos MOBAs que chegam ao mercado é a tentativa de reproduzir o setting (ou a amálgama criativa) do jogo da Riot Games, assim como o DoTA, o jogo que originou esta febre. Por isso ainda esperamos o jogo que servirá de placebo ao nosso vício actual.
Quando há alguns meses vimos ser anunciado um jogo amplamente inspirado pelo LoL, mas com um ambiente diametralmente oposto a todos os que têm enchido o mercado, tivemos automaticamente de nos regozijar com a notícia. Secret Ponchos é o primeiro jogo da canadiana Switchblade Monkey Entertainment, e que nos traz duelos ao amanhecer com “campeões” com habilidades e características distintas. É verdade que Secret Ponchos apela a duas paixões pessoais: os MOBAs e os western spaghettis: e consegue por isso fazer-nos sentir a tensão típica de um Clint Eastwood a semi-cerrar os olhos enquanto se prepara para disparar o seu revólver com a rapidez de um relâmpago.
Assumindo uma posição algo fútil, é possível que aquilo que me conquistou à primeira vista em Secret Ponchos foi o visual. A sua estética a lembrar Jamie Hewlett, autor de Tank Girl e da banda virtual Gorillaz aplica-se na perfeição ao ambiente, criando personagens memoráveis e com uma linha artística muito forte. O seu enquadramento e transposição tridimensionais coincidem com a qualidade dos mapas disponíveis, que não só dispõem de uma série de objectos que nos permitem a cobertura, como nos levam a desenvolver um verdadeiro bailado com os nossos adversários. Entre chicotadas que mantêm os nossos oponentes à distância, passando por disparos devastadores de carabina ou a torrente de balas disparadas por um pistoleiro com dois revólveres, até à frieza de recarregar bala-a-bala enquanto evitamos ser atingidos, há um conjunto de formas diferentes de jogar que trazem, cada uma à sua maneira, uma complexidade curiosa a Secret Ponchos.
O único entrave que Secret Ponchos tem é a sua curva de domínio dos controlos, que ainda é bastante grande. É que apesar de estar bastante afinado tanto com a utilização do teclado e rato como com um comando de Xbox 360, as verdadeiras danças que fazemos em torno dos nossos adversários e aliados, requerem uma masterização bastante grande do jogo em si. Esta necessidade de conhecimento dos controlos sobrepõem-se em larga escala ao conhecimento profundo dos cinco personagens, e só após uma série de partidas é que deixamos de ver o nosso personagem a ser baleado ao Pôr-do-Sol, de forma humilhante e continuada.
Apesar de estar ainda em Early Access e de apenas possuir cinco personagens, Secret Ponchos apresenta-se da melhor forma possível no Steam, com um preço de lançamento reduzido em 40% e que inclui uma cópia gratuita para oferecermos a alguém. O que pode servir de missiva de desafio para um duelo, ao qual um amigo terá de responder com a sua presença, quando os últimos raios de Sol iluminarem a rua principal. E de seguida que se veja apenas o cano fumegante do revólver empunhado pela mão do vencedor.