Muitos devem ter o coração a palpitar com a chegada de um novo Batman e com a possibilidade de conduzir o Batmobile pelas ruas de Gotham City. Mas temos uma notícia má e uma notícia boa. A má é que as ruas de Gotham são estreitas e cheias de obstáculos para dirigir um carro que se transforma num tanque de guerra cheio de gadgets, a boa é que o Batmobile é dirigível em todos os sentidos para se adaptar às complexas ruas da cidade, mas parece que desliza quase como quem patina no gelo. O resultado é cair de uma rampa porque uma das rodas saiu do estreito percurso, ou embater em obstáculos (alguns destrutíveis) naquilo que parece uma passagem e que afinal está obstruída.

O Batmobile pode ser visto como uma segunda personagem jogável que alterna entre Batman e não só serve para dirigir a alta velocidade com nitro, como é o maior amigo de Batman nos momentos de maior tensão. Este pode ser controlado também à distância para usar armas de fogo, entre metralhadoras e rockets, algo que nos parece que o Batman irá usar com abundância para escapar de situações mais críticas. E para não ficar avantajado dos inimigos, estes também surgem militarizados com artilharia pesada e tanques tão ou mais apetrechados que o Batmobile. Portanto, Batman: Arkham Night não introduz apenas um automóvel todo pomposo para explorar e andar às voltas pela cidade, como também transporta para a série outras novidades que fazem da aparição do Batmobile ter mais algum sentido. Mas é com algum cepticismo e até estranho vermos o Batmobile a enfrentar inimigos com uma mecânica de shooter.

 

Falemos antes de Batman. Não podemos retirar, ou talvez a Rocksteady não devia retirar tanto o protagonismo a Batman. Continua o mesmo herói que a Rocksteady transportou da BD para o digital de forma bastante eficaz, dos poucos que o mundo dos videojogos verdadeiramente aplaudiu. Continua o bom combatente fruto de uma mecânica fluida e prevalece nas sombras para seu proveito, numa cidade escurecida pela noite e pelo mau tempo. Batman consegue agora trepar os prédios e arranha-céus sem pausas para chegar ao cume da antena com a sua Grapnel Gun, admirando uma cidade mais detalhada com um je ne sais quoi de perturbante.

Batman pode executar o seu plano de combate ao fixar-se num inimigo em pleno voo para um takedown de pés juntos, adicionando a este próximo título da série slow motion enquanto alterna de inimigo para inimigo com uma panóplia de golpes, ou pode escolher uma abordagem mais táctica para desarmar um pequeno grupo armado inadvertido da sua presença. Se há algo que podemos considerar o crème de la crème do novo Arkham, é o consistente combate. Bruce Wayne chega-nos de novo cheio de estilo e ritmado em doses bem afinadas, com a chuva a reluzir a armadura e as gotas de água a percorrerem a sua capa negra. E de novo pela voz intensa de Kevin Conroy (Não, não Ben Affleck).

Esperemos no entanto que a Rocksteady desenvolva até 2015 um Batman: Arkham Knight que não se assemelhe a histórias anteriormente contadas, mesmo sendo uma nova roupagem.

Batman: Arkham Knight estará disponível para Xbox One, PlayStation 4 e PC.