Todos sabemos que o mercado japonês é uma realidade per se, com séries, géneros, abordagens conceptuais, estética e estratégias de marketing muito específicos. O que não é de estranhar que os fãs ocidentais de muitas séries que nunca saem dos limites insulares do Japão não anseiem desesperadamente que muitos dos títulos sejam traduzidos para inglês, e que as lojas digitais das diversas plataformas lhes permitam o acesso a esse conteúdo.

Se há género feito por, e para japoneses são as visual novels, que tirando raras excepções raramente viram a a luz para além do Sol Nascente. Mas para este pequeno grande vazio que se foi criando, a internet conseguiu uma resposta simples: as grandes comunidades de fanlations que existem “interneticamente” (especialmente sedimentadas em manga e anime) volta e meia dedicavam largos meses a traduzir na íntegra, e pro bono, alguns dos jogos que os fãs ocidentais mais desejavam.

E é neste pequeno nicho que até em Portugal tem muitos seguidores, que reside o campo de acção da NISA, empresa que gentilmente nos recebeu em reunião na Gamescom, e que nos apresentou os seus planos de lançamento para os próximos meses.

A primeira estranheza que tivemos, enquanto ocidentais que conhecem o mercado de videojogos norte-americano e europeu, é a quantidade de títulos de JRPGs, visual novels e TBS que são anualmente lançados apenas no território nipónico e em japonês, para as consolas da Sony: PS3, PS4 e Vita. E aliás esta última uma das grandes beneficiárias do esforço que a NISA está a fazer ao traduzir e comercializar no ocidente um catálogo específico do mercado japonês, o que à primeira vista mostra, ao contrário do que todos achamos, que a Vita não tem bons exclusivos. Como iremos ver, nos próximos meses, é que tem: e que é possivelmente a melhor resposta do mercado para alguns géneros e subsegmentos de mercado.

Por entre séries de relativa fama, há também espaço para a apresentação de novas franquias e novos títulos ao mercado europeu do quais destacamos:

 

Danganrompa 2: Goodbye Despair

danganrompa

Uma das visual novels mais aclamadas e exclusivas da Sony, e que nos traz de novo o ambiente de Battle Royale de Koushun Takami, com um argumento próximo de um whodunit. Quinze estudantes de elite são deixados numa ilha com a premissa de que poderão sair se assassinarem outro colega sem que ninguém saiba. Toda a trama de intrigas que vamos ter de desenredar para chegar ao fim do jogo justifica o porquê de Danganrompa ser das visual novels de maior sucesso, com adaptações a outros media.

Pela qualidade da narrativa e do enredo que será transversal aos dois jogos, aconselhamos vivamente a jogar o primeiro jogo, que actualmente foi traduzido e lançado para a Vita, e disponível na PSN.

 

Disgaea 4

Disgaea

Um porte da versão de PS 3 para a Vita que incluirá todos os DLCs e alguns personagens exclusivos. Depois do sucesso das duas primeiras iterações da série no território português (para PS2).

 

Persona Q

perosona q

O único jogo a ser lançado num futuro próximo para a 3DS pela NISA, e que tenta chamar à atenção dos jogadores que seguem a série Persona e Etrian Odyssey. Neste que é um dos dungeon crawling RPGs mais esperados pelo seu nicho, teremos pela primeira vez a mescla de mecânicas e personagens das duas séries da Atlus, e que chegarão às lojas (físicas e digitais) em 28 de Novembro.

Para além de Natural Doctrine, Tears to Tiara II, Arcane Heart 3, Under Night In-Birth, Tokyo Twilight Ghost Hunters eThe Awakened Fate Ultimatum, há dois casos estranhamente japoneses que merecem a nossa atenção:

 

Akiba’s trip – Undead & Undressed

akiba_002

Um jogo que poderia ser simultaneamente o “argumento” de um filme do saudoso (!!) Canal 18. Um action RPG em que despimos as pessoas à porrada, o que na prática é o sonho húmido de muita gente (sim, nós sabemos que são). O que pode ser um bom substituto virtual para as mais violentas pulsões e que vos poderá poupar uns bons anos atrás das grades.

Já vos dissemos que este jogo é japonês?

 

Criminal Girls – Invite Only

criminal girls

Um jogo que não só será apenas para os jogadores adultos como aproveita de uma forma algo “única” as especificidades da Vita. Em Criminal Girls – Invite Only temos de levar sete delinquetes a escapar do Inferno, e para isso temos de as levar à salvação e à redenção dos seus pecados. O que inclui muitas vezes ter de usar os dedos no ecrá táctil traseiro da Vita de forma muito…enérgico e criativa.

E se jogarem este jogo  nos transportes públicos com os efeitos sonoros ao máximo (apesar da adaptação ocidental estar algo “controlada” ao nível sonoro) vão desbloquear um life achievement:  “Parecer um pervertido socialmente inadaptado no Metro da Linha Verde às 9h30 da manhã”. E recebem 40 pontos de XP.