Gentilmente recebidos no stand da Focus Home Interactive na Gamescom e enquanto esperávamos a apresentação de Etherium, pudemos mergulhar nos dois próximos lançamentos da editora francesa.

Sem discursos, apresentações, developers a olharem-nos pelo ombro, fumo e espelhos para adornar apresentações, tudo o que tivemos foi o mais elementar hands on: passarem-nos um comando para a mão e desejarem-nos uma boa experiência.

 

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Ainda em Lisboa tinha ficado uma grande curiosidade sobre Styx: Master of Shadows, visto tratar-se de uma prequela do divertido Of Orcs and Men e de adensar um pouco mais as tensões raciais desse mundo, e a forma como humanos, goblins e orcs coexistem (ou não). Styx: Master of Shadows é um verdadeiro exemplo de stealth games, género que tem sido “alterado” pelo mediatismo de Assassin’s Creed. É que ao contrário da multimilionária série da Ubisoft, Styx obriga-nos a ser pacientes, tácticos, e a evitar a todo o custo o confronto directo com os nossos adversários.

A construção do personagem não poderia ser maior antítese ao protagonista típico, e dificilmente podemos apelidá-lo de anti-herói. Styx é o que nós portugueses, com todo nosso vernáculo comum nomearíamos de um “sacana filho-da-mãe”. Sem romancear os seus objectivos, sem abrilhantar as suas motivações, Styx é pouco mais do que um viciado em Ember, e que por acaso, apenas por acaso, poderá combater algumas injustiças da sua raça.

Para além da jogabilidade que penaliza fortemente os erros e as acções mais impulsivas, um dos grandes pontos fortes deste Styx são os poderes e habilidades (alguns sobrenaturais, outros de artimanha) que lhe permitem atravessar “quase” invisível o cenário disponível para a nossa demo.

 

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Num extremo social e psicológico oposto, encontramos o clássico de Sir Arthur Conan Doyle, em Crimes & Punishment: Sherlock Holmes, que nos traz de volta o cavalheirismo arrogante do personagem. Para além de ser o primeiro jogo em Unreal Engine 3, levando a série que já conta com algumas iterações e elevando-a para outros patamares visuais inéditos até então.

Mas a grande diferença que este Crimes & Punishment: Sherlock Holmes traz para os jogadores usuais da série é o tom com que o protagonista é construído. Depois do claro sucesso da genial adaptação televisiva de Steven Moffat, Sherlock,  e da belíssima interpretação de Benedict Cumberbatch no papel do detective mais famoso do mundo, o mais normal é que a série influenciasse a produção do jogo de uma maneira ou de outra. E ao contrário dos jogos anteriores em que Sherlock correspondia à imagem clássica da literatura, o Sherlock do jogo que será lançado no próximo mês traz a arrogância típica dos livros de Conan Doyle com a sagacidade com laivos de Síndrome de Asperger da interpretação contemporânea de Cumberbatch.