Nota prévia: este top corresponde aos dez melhores jogos que eu, um dos Editores do Rubber Chicken, joguei durante a Gamescom 2014. Para melhor cobrirmos as centenas de jogos que estavam a ser presentadas, tanto eu como o Frederico Lira, o outro Editor aqui do Rubber Chicken, dividimos as diversas apresentações. E visto que raros foram os jogos em que ambos assistimos às apresentações e tivemos hands on, não é de estranhar que faltem aqui alguns títulos que estariam, decerto, na lista do Frederico. Este artigo é o meu top pessoal dos jogos com os quais contactei directamente e que mais marcaram a minha experiência na Feira de Colónia.
Depois de seis dias a correr a Kölnmesse para a frente-e-para-trás, muitos quilómetros percorridos que deixam em ferida as patinhas de qualquer Galinha, ainda mais quilómetros de texto escritos sobre tudo o que vimos e jogámos na Gamescom, o que justifica que andemos a falar diariamente da feira nestas últimas três semanas que lhe procederam. E qual a melhor maneira para fechar o pano da Gamescom? Apresentar a difícil lista de quais os dez melhors jogos que joguei em Colónia, e que mais ansiedade me motivam em jogá-los na íntegra. E sem mais delongas, da décima posição até à primeira:
10 – Etherium
Um RTS futurístico que transpira Dune por todos os poros e todos os pixeis. A vontade de simplificar as suas mecânicas e a estética reminiscente de Starcraft tornam-no para mim, a par do gigante Civilization: Beyond Earth, um dos dois jogos de estratégia mais ansiados do próximo ano.
9 – Sims 4
Como afirmei anteriormente, a faceta da construção de Sims nunca foi o seu elemento de venda para mim. Mas antes o quase experimentalismo social, de testar, manipular e intervir em interacções virtuais. Tendo as personalidades dos Sims complexificado e adensado como experimentei na Gamescom, e este poderá ser o meu regresso a uma série que abandonei há muito.
8 – Chroma Squad
A exploração de um dos meus calcanhares de Aquiles e que me permitirá simular o que é filmar uma série de Super Sentai. Tokusatsu em formato RPG táctico com um humor brilhante e que utiliza a memória colectiva de uma geração como elemento base da construção do jogo. Se em poucos minutos conseguiu roubar-me algumas gargalhadas sem tentar muito, quer dizer que só posso esperar o melhor do mais recente jogo dos nossos irmãos além-Atlântico da Behold Studios.
7 – Styx
É tudo aquilo que Assassin’s Creed diz que é e não é, e tudo aquilo que Thief era e deixou de ser. Styx é antítese da evolução contemporânea de um género e a total transformação do paradigma do protagonista. E para relembrar que acção-furtiva é bem mais do que derrotar exércitos inteiros apenas com um elemento. E também porque odiar o personagem principal é algo que sabe sempre tão bem.
6 – Mortal Kombat X
O jogo anterior trouxe a série de volta ao seu tão merecido lugar, com uma qualidade que instantaneamente fez esquecer todo o lixo produzido anteriormente. Quando a WB podia simplesmente limitar-se a lançar jogos que explorassem de forma passiva esse filão (como cof cof, a Capcom), quiseram arriscar e inovar dentro de uma série que aparentava não ter por onde crescer. E alcançaram um bom resultado com todo o mérito.
5 – The Book of Unwritten Tales 2
Depois da Daedalic e da Telltale lembrarem que as aventuras gráficas estão bem e recomendam-se, a Nordic games traz-nos de volta uma das sequelas mais ambiciosas do género, e embarca-nos de volta a um mundo ao qual queremos sempre voltar. Com todos os clichés a que temos direito, e com um argumento ao nível da sua sequela. 2015 será um grande ano para os jogadores de PC.
4 – Dragon Fin Soup
Uma Capuchinho Vermelho com problemas de alcoolismo num RPG de fantasia abrilhantado, a nível estético, com umas das melhores ilustrações e concept arts dos últimos tempos? Claro que sim! E se a isso juntarmos uma série de mecânicas old school dos RPGs, mas com pequenas subtilezas que nos vão fazer enviar mentalmente um “I know what you did there!” aos autores? O resultado só pode significar um dos mais promissores RPGs dos próximos tempos.
3 – Splatoon
O risco tomado pela Nintendo em aventurar-se num género que lhe é totalmente desconhecido demonstrou o porquê da empresa nipónica conter os IPs de maior sucesso da história e também a gigantesca influência que têm sobre diversas gerações de developers. Pegar numa shooter em arena e dar-lhe uma roupagem Nintendo, em que as mecânicas incluídas inovam no género e criam um jogo frenético e extremamente divertido não é tarefa para muitos. É mesmo só para quem sabe…
2 – Evolve
O jogo que tomou de assalto a E3 e a Gamescom 2014. Aliás, tomou de caçada, e depenou a concorrência e assou-a numa fogueira, numa clareira isolada de um planeta distante. Se algum dia me dissessem que dois dos meus três jogos favoritos da Gamescom seriam shooters multijogador eu pensaria que o meu interlocutor sofria de alguma maleita. Mas a realidade é que o nível em que Evolve estabeleceu para o género bem demonstrar que a Turtle Rock Studios conhece bem o género. É que depois da genialidade de Left 4 Dead a evolução natural estava mesmo aí ao virar da esquina.
1 – Tengami
Sem sombra de dúvida os dez melhores minutos de experiência em videojogos que tive em toda a feira de Kölnmesse. Tengami é etéreo, poético, artístico, inocentemente sedutor, e levou-me para um mundo que me é estranho, e simultaneamente próximo, em que cada virar de página é um novo capítulo de uma noite da minha infância. Sem alarido nem reboliço em torno dele, Tengami conquistou-me no ambiente mais simples que podia ter: numa pequena mesa num cubículo, com duas cadeiras e um LCD ao qual estava ligada uma Wii U. Para além da marca emocional, Tengami deixou-me na expectativa em relação aos seus puzzles subtis, e à sua narrativa visual, e de que forma é que eles se sustentam em toda a longevidade do jogo. Sem conversa dos criadores ou estratégias de marketing, o jogo falou por si e transportou-me como mais nenhum outro. Mas enquanto não o posso jogar na íntegra fica apenas a certeza: este foi o melhor entre os melhores.