Fantasmas? Quem é que vamos chamar?
Quando pensamos em fantasmas com um ar simpático há uma série de peças fortes da cultura pop que nos saltam de imediato ao pensamento. Desde os Ghostbusters (em especial as diversas séries de animação), e o Casper da Harvey Comics, encontramos sempre uma ligeireza pueril em alguns destes personagens tétricos, mas simultaneamente amistosos. É claro que nada nos prepara para o verdadeiro horror digno de Romero que nos foi trazido pelo Avô Cantigas e o seu Fantasminha Brincalhão. Brrr…tremo só de me lembrar.
Através da sua editora, a SFB Games, tivemos acesso a um jogo que nos conquistou logo pela sua apresentação. A sua estética cartoonesca, com figuras sem outline e cor plana, relembram em alguns aspectos o animador Dan Tartakovsky, e são, sem sombra de dúvidas, um dos elementos que fazem de Haunt the House: Terrortown um jogo brilhante.
As mecânicas são simples: vivemos (?) o papel de um fantasma que tem como objectivo assombrar uma série de locais, levando todos os seus ocupantes humanos (e vivos) a fugirem a “sete pés”. Para isso temos a capacidade de possuir todos os objectos que se encontram nestes “níveis”, e usá-los para causar o verdadeiro terror aos incautos humanos que por ali passeiam. Desde possuírmos portas e rangermos assustadoramente, até utilizar esqueletos de tyrannosaurus rex para soltar aterrorizadores rugidos, há uma série de possibilidades em cada nível que só nos dá vontade de “experimentá-los a todos!”.
O objectivo de cada um dos quatro níveis é o de deixar o espaço completamente vazio. Para isso temos de afugentar os seus habitantes, mas também os podemos matar (se derrubarmos fatalmente algum objecto em cima de si), ou assustá-los de uma forma tão extrema que os levamos a cometer suicídio. Tudo isto num jogo com um visual brilhante e que simultaneamente sugere um público-alvo mais infanto-juvenil.
Como dissemos antes, Haunt the House: Terrortown é um jogo genial. Os níveis de diversão em tentarmos utilizar o maior número possível de objectos para assustar as pobres pessoas que deambulam descontraidamente pelos quatro níveis é de uma excelência e diversidade ímpares. Infelizmente, o jogo tem um e apenas um ponto negativo: é excessivamente curto. Os 34 minutos* de pura genialidade sabem muito a pouco perante um jogo tão bom. Esperamos que a SFB Games possa refazer uma sequela mais longa e que nos mate as saudades e a vontade de jogar mais a este mundo, este ambiente e estas mecânicas que compõem Haunt the House: Terrortown.
* tempo que demorei a terminar o jogo.
Haunt the House: Terrortown está disponível para PS Vita e PC. Analisada a versão de PC.