Como sabem (ou deviam saber se tomassem atenção ao galinheiro) as galinhas andaram feitas doidas pela Lisboa Games Week no passado fim-de-semana. Entre novidades, independentes, jogos de tabuleiro, amigos e cosplayers, era “Todo a 1€”. Que é como quem diz “gratuito mas só para além dos portões”.
Pessoalmente senti-me irresistivelmente atraído até à zona Retro onde entre um bando de arcadas e pinballs inteiramente restaurados e funcionais, uma pequena multidão constante se aglomerava junto de uma arcada “artesanal” com um aspecto muito familiar.
Não estava preparado para a visão que me esperava. Ali, mesmo à minha frente e para meu grande pasmo e deleite via não uma, mas duas Motas de Luz do filme Tron!
Instantaneamente o meu cérebro disse-me: “não vamos embora daqui enquanto não dermos uma volta!”. Concordei entusiasticamente, e todas as demais partes da minha confusa personalidade acenaram afirmativamente. Até o idiota que me acautela sempre contra as parvoíces que me ocorrem… algo deste estilo:
Como já tenho vindo a referir para os mais recorrentes leitores da galinha, tanto o Tron como os Occulus Rift são duas referências minhas. Uma do passado e como nostálgica memória de infância, a outra do futuro enquanto esperança cautelosa. Há momento em que parece que o Universo conspira para nos dar pequenos prazeres insuspeitos, e desde a minha análise ao Kromaia em que fui remetido para o meu imaginário do filme da Disney que uma pequena criatura murmurava no canto da minha psique. Uma parte da minha infância que me transpunha para mundos ficcionais acordava em mim e fazia-me ansiar novamente pelas horas que passei perdido no Mainframe do MCP, enquanto brincava no chão do meu quarto. Desde essa altura que algures nos meandros dos meus desejos sempre se ocultou a vontade de passear naquele mundo, e claro está, pilotar um Lightcycle.
Agora graças a Luís Sobral (The Arcade Man) e à Overflow Interactive, este é um item que posso retirar da minha “lista do balde” já que o seu projecto conjunto Riftcycles faz uso da realidade virtual dos Occulus Rift, combinada com o interface pseudo-real dos modelos das motas.
Confesso que na primeira ronda, levei uma valente “abada” do Tiago Leonel Ferreira por estar mais interessado em ver o mundo a 360º e em manobras perigosas, do que propriamente em “vencer”. Da segunda correu melhor…
A experiência foi curta, intensa e estupidamente imersiva, e apesar de ainda numa fase “Beta” é inegável que as tecnologias de Realidade Virtual vão mudar efectivamente o mundo dos Videojogos. É oficial e, creio, inevitável: é desta que fico fã de First-person.
Vejam o vídeo abaixo e visitem os sítios de Luís Sobral e de João Morais e sua equipa (em cima). E se descobrirem o próximo evento onde eles vão estar com as suas Riftcycles, passem por lá! Vale a pena.