Devia ter uns 8 ou 9 anos quando, numa tarde soalheira alentejana, entrei em casa de um amigo meu com a promessa de experimentar a Sega Mega Drive. Para mim, que ainda tinha a Sega Master System, ainda era um pulinho e alimentada pelas revelações fantásticas que o meu amigo me fazia, podem imaginar o nível de entusiasmo que me atravessava da cabeça aos pés. E só havia um jogo que, obrigatoriamente, tínhamos que jogar: Mortal Kombat 3. Lembro-me de pensar que eram tantas personagens que não sabia qual escolher, e o meu companheiro das jogatanas já tinha seleccionado o Liu Kang e apressava-me para tomar uma decisão. Desde pequena que gosto da cor azul, e claro que acabei por ir parar ao Sub-Zero, iniciando assim uma relação com essa personagem que dura até aos dias de hoje. 

Quase 20 anos depois, entro, este domingo, na Lisboa Games Week (LGW) e a primeira coisa para que olho é para o lado direito do pavilhão onde estava o stand do Mortal Kombat X. Na minha cabeça ideias de como estaria o meu velho amigo começaram a surgir, ele que foi tão bem retratado no título anterior, Mortal Kombat 9 (MK9). Entrei no Stand, aguardei alguns minutos e não havia sequer qualquer dúvida, no controlo de Sub-Zero, comecei a minha primeira experiência com MKX.

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Baza, Scorpion!

 

O realismo aplicado em MK9 está, sem dúvida, de volta e melhorado para as consolas desta geração, notando-se logo nos cenários em que podemos lutar. Escolhi uma floresta gelada, de forma a que o Sub-Zero ficasse bem enquadrado, e para além de conferir um ambiente que acaba mesmo por nos transmitir a sensação de frio, os personagens interagem agora com o cenário balançando nos ramos das árvores e culminando em ataques poderosos que espalham sangue pelo ecrã. O combate fluía, mas a ferrujem nestas mãos devia ser muita, e de ronda em ronda, o meu Sub-Zero foi ficando cada vez mais ensanguentado e fraco, até que acabou por perder. Não antes sem dar uma coça ao Raiden numa dessas rondas, mas o mestre dos trovões levou a melhor. E no meio de gelo, socos, pontapés e relâmpagos por tudo o que é sitio, acabei por estar outra vez na pele daquela menina de 8 anos que só queria jogar Mortal Kombat.