Uma antevisão a JUJU
O título do artigo pode ser bravamente acustório da integridade do símio mais amado dos videojogos. Mas a realidade é que depois de jogarmos um pouco a este JUJU sentimos que o jogo é de certeza filho do Donkey Kong, e nem precisamos de pedir um teste de paternidade para o atestar. Provavelmente deixaram o gorila na sala com alguma ursa e a velha máxima portuguesa do “a brincar, a brincar é que o macaco (…)” é uma verdade que se aplica ao caso de DK, e o resultado 9 meses depois (ou seja lá qual for o período de gestação da cria cruzada de um gorila e um urso) está mesmo aqui: JUJU.
A primeira surpresa que salta à vista é o estúdio po detrás deste simpático side-scrolling platformer: a Flying Wild Hog, responsável por Hard Reset e Shadow Warrior demonstra agora uma nova faceta ao apostar num jogo para um público-alvo um pouco mais lato. É que desengane-se quem achar que a fofura associada a este JUJU é exclusivo das crianças, e qualquer adulto ficará decerto surpreendido com a gigantesca dose de diversão que o jogo representa.
A segunda surpresa que JUJU me trouxe foi no seu aprimoramento técnico, tanto do ponto de vista de pormenores visuais como de mecânicas e jogabilidade. É que num período em que sempre que testamos um jogo em Early Access o nosso instinto de auto-preservação obriga-nos a por os dois pés atrás, dar um um mortal encarpado de costas enquanto fazemos o sinal da cruz, este JUJU apresenta-se de forma sólida e divertida, demonstrando o verdadeiro fundamento destas apresentações Alpha: a de testar as potencialidades e falhas do jogo e não apenas o de fazer dinheiro que alimenta a máquina de produção.
Há muito neste JUJU que nos relembra Donkey Kong. Desde a estética mais tribal, até aos diversos detalhes dos níveis, e passando pelo leque de movimentos distintos que o protagonista possui. É-nos também possível jogar em modo cooperativo, sendo que o segundo jogador controla o simpático rétil que segue JUJU para todo o lado.
JUJU encontra-se em Early Acces mas é decerto um dos jogos de plataformas a emergirem do mercado indie que mais atenção sofrerá da nossa parte nos próximos meses. É surpreendentemente detalhado e sólido para o seu estado (ainda em Alpha) e rapidamente demonstra que a experiência da equipa da Flying Wild Hog auxiliada pela audácia em mudarem tão repentinamente de género e de público-alvo. O resultado está à vista, e JUJU é o mais próximo de um DK nascido do mercado indie. Resta-lhes esperar que as devidas diferenças entre os títulos os salvaguardem do olhar pesado da Nintendo.