Onikira – Demon Killer está em Early Access no Steam. É um sidescroller de hack & slash (que prefere rotular-se a si próprio de beat-em-up) à la Shank. Passando-se pela página do jogo na internet, fica-se a saber também que o setting é o Japão feudal, com uma história que promete dragões e demónios, e que o jogador controla um samurai; posso (e vou) aqui acrescentar mais coisas a essa descrição, mas antes disso: neste momento, não comprem. O estado em que o jogo está, que não é incomum com projectos em Early Access, não é apresentável: sei que Digital Furnace Games, o estúdio por detrás do jogo, está a pensar em trazer este projeto para as consolas porque o jogo diz-me para usar ‘Xs’, ‘Bs’, e ‘STARTes’, que a framerate não acompanha as necessidades do jogo, e que isto é o alpha mais alpha que um alpha pode ser, com crashes, e modos de jogo que continuam depois de se sair deles e se vai para o menu principal.Dito isto, vou deixar de lado o aviso e continuar com antevisão: achei o que vi promissor. Mesmo em alpha, senti que os controlos estavam suficientemente precisos, e que é isto que o estúdio está a pôr em primeiro lugar, o que para o género é um bom presságio. Mencionei Shank e não Dust: An Elysian Tail, por exemplo, porque o traço nas “cutscenes” e loading screens parece-se mais com o que passa na Cartoon Network, que com os desenhos animados da Disney; no entanto, a comparação mais justa talvez seja Muramasa: The Demon Blade, cujo setting também é o Japão fedual mitológico; ou talvez nem haja comparação justa e Onikira seja mais igual a si próprio que a outro jogo do género. Os três jogos mencionados (e este) têm elementos 2.5D, mas nenhum deles é tão assumidamente 3D como Onikira; assumida e elegantemente, estamos a falar de um jogo que é visto de lado mas cujos elementos de destaque são todos tridimensionais, e foram modelados e animados com cuidado, num estilo visual coerente e bem-executado. Volto a lembrar que o jogo está em alpha, e que se pode retirar disto que a apresentação gráfica é outra prioridade de Digital Furnace Games.

Onikira 02

O gameplay, para quem não conhece os exemplos referidos acima, consiste de matar inimigos que se vão encontrando ao longo do nível. Mas há um twist: o nível “fecha” em confrontos; aparecem barreiras sobrenaturais que criam mini-arenas, ao estilo da série Devil May Cry.

Não há razões para crer que Onikira não se vá tornar num jogo excelente, todas as condições estão reunidas. O sucesso ou fracasso deste projecto neste momento depende de uma incógnita: a variedade de inimigos, quando o jogo for mesmo lançado, na versão final.

Onikira 01

A versão que joguei tinha um modo de campanha e um modo de arena (com cronómetro e medalhas no fim, que avaliam a performance do jogador). As situações parecem ter justificação e há world-building suficiente, pelo que acredito que a história não é só um mero pretexto para matar coisas que nos aparecem à frente. Um guerreiro malvado foi preso no submundo por andar a matar dragões e roubar-lhes as almas, e está aparentemente a tentar regressar e cabe a Jiro, o protagonista, travá-lo e derrotar os seus minions.

Versões alpha deste tipo são como pre-adolescentes. Já se sabe alguma coisa mas ainda há muito por definir. Mas vou estar atento a Onikira, e se apreciam o género, se fosse a vocês também estaria.

Um pequeno aparte: não achem estranho se o jogo entretanto se evaporar do horizonte, que o estúdio está a ponderar se muda o nome do jogo para “HonourBound”; se Onikira vos despertar interesse, estejam atentos também a este nome.