Um Chicken Nugget sobre Foresight
Já dissemos tantas vezes que este é sem dúvida o ano com mais lançamentos de RTS espacial que nem me vou dignar a maçar-vos com links para as quase dezenas de vezes que já o dissemos. Entre jogos que marcaram o género e que vão certamente ser rejogados por nós no futuro, muitos outros temos visto que são apenas “mais um” num panorama tão pejado quanto a estratégia espacial.
Foresight é o mais recente RTS da Kiss, ltd e que foi desenvolvido por um pequeno estúdio em Singapura, e é um daqueles casos em que a experiência de jogo é tão mediana que prevejo que o jogo seja engolido pelo buraco negro do esquecimento. Começando pelo visual que me traz um certo sabor sabor agridoce: por um lado as ilustrações que compõem os motion graphics das cutscenes e os avatares dos personagens, feitos com exímia qualidade e que contrastam em excesso com o próprio motor gráfico do jogo que parece datado. É verdade que em especial num género de nicho como a estratégia espacial, o impacto visual é infinitamente de menor importância quando comparado com um jogo mecanicamente surpreendente. Infelizmente, este não é o caso.
Para além das típicas características de gestão de facção, que vão desde encontrar recursos, construir estruturas e naves, Foresight consegue trazer-nos um ponto que o diferencia ligeiramente dos restantes, e que contrasta com a perfeita medianidade do jogo. Os seus criadores tentaram conceber uma forma de eliminar a microgestão de combate com controlos de frota, e que nos permitem com apenas uma tecla lançar todos os caças que temos estacionados na nossa fragata estelar, ou por outro lado definir a formação e atitude de um grupo de naves.
As três facções são completamente esquecíveis, e cada uma das dez missões que compõem o seu modo de história pouco ou nada fazem para tornar a sua experiência memorável. Os mapas desenrolam-se em sectores separados por wormholes que nos conduzem entre a área total da missão.
Foresight parece-me um pouco caro para o conteúdo que dispõe neste momento e os 22,99€ do seu preço actual pouco justificam a sua razão de ser. É verdade que a catadupa de críticas ao jogo, e em especial ao seu terrível voice-acting têm agitado os seus developers. E é de salutar a forma intensa como estes respondem nos fóruns e nas páginas do Steam, e que têm intenção de levar o jogo uns passos à frente do que está neste momento e não se deixarem demover pela receptividade negativa que o jogo tem e prometem alguns patches para o resolver.