Foi com algum entusiasmo, que não sendo beta tester, me foi dado a saber que esta nova expansão do aclamado, e porque não dizê-lo, já lendário MMORPG da Blizzard, World of Warcraft, era uma expansão que pretendia voltar às raízes… inovar sem ser demasiado, dar aos jogadores uma experiência nova e próxima da proporcionada em vanilla (termo amíude aplicado ao jogo-base sem expansões) há 10 anos atrás.

Apreciando o jogo durante algum tempo e agora que a poeira já assentou e umas boas centenas de horas já foram passadas no mesmo, posso firmemente dizer que esse objectivo foi mais ou menos cumprido, a saber.

Contr'ós canhões marchar, march... ooops!

Contr’ós canhões marchar, march… ooops!

A história, apesar de ser passada num setting em que muitas vezes a Horda e a Aliança têm de se unir mais uma vez em prol de um bem maior, continua a ser muito parecida com o que já foi feito por exemplo em Burning Crusade, sendo que desta vez a ameaça latente é a de uma invasão da Iron Horde, uma raça de Orcs habitantes em Draenor, cujo passado se interliga de alguma forma aos Orcs que viajaram para Lordaeron e que ao encontrarem um Dark Portal, se preparam para estragar o dia ao pessoal. Potencial para ser interessante, mas acaba por ser mais um lore cheio de clichés e honestamente, não muito interessante.

Desta vez a Blizzard tentou dar ao jogador um papel mais preponderante e quase como um protagonista da história, fazendo com que o nosso herói seja finalmente recompensado pelas vezes que já salvou o mundo.

Eu pedi.... Descafeínado.

Eu pedi…. Descafeínado.

Este protagonismo, é-nos dado por intermédio de uma promoção a Commander e pela atribuição da nossa própria Garrison, que poderá sempre ser upgraded e na qual teremos um rôr de missões, podendo as mesmas ser atribuidas aos vários seguidores que agora poderemos recrutar para a nossa causa. Na minha opinião e pese embora haver lugar a uns tweaks, esta é uma forma bem eficaz de criar recorrência ao jogo, pois muitas vezes voltamos à nossa garrison apenas para ver que tipo de missões temos disponíveis, que recompensas ganhámos e que novos e poderosos followers encontrámos. Neste particular, toda a experiência de resource gathering e de profissões, é levada a um nível nunca antes visto em WoW, pois as ordens que damos aos nossos seguidores e acções que podemos começar nas variadas “casas” na nossa garrison, são terminadas mesmo que não estejamos “logados” no jogo.

Eu é que sou o comandante da garrison.

Eu é que sou o comandante da garrison.

Nota-se um esforço para criar paisagens diversificadas e consentâneas com o “Novo Mundo” e mais uma vez aliado a uma banda sonora excepcional, a experiência de “turismo” no WoW é vasta e interessante sempre aliada a uma sensação nostálgica da primeira iteração do jogo, mas… e aqui perde e de que maneira para, por exemplo, Guild Wars 2, devido ao seu motor gráfico completamente obsoleto, ainda mais notável pelo facto da Blizzard ter retirado as flying mounts (pelo menos por enquanto) deste novo mundo, o que faz com que o jogador esteja muito mais em contacto com o cenário que o rodeia. Bem sei que o que define um bom jogo não são os gráficos, mas para aqueles entre nós que se maravilham quase unica e exclusivamente a explorar, é um enorme turn-off ver folhas pixelizadas e texturas cheias de polígonos. Neste particular, acho que está na hora de actualizar o motor gráfico de WoW e deixar de pensar que corre até numa torradeira.

As novas dungeons são o que seria de esperar deste título, algumas melhores e outras piores… No entanto nota-se uma tendência crescente por parte da Blizzard para “obrigar” os jogadores a terem mais cuidado e estratégia com a forma como abordam as fights; seja porque um boss tem uma habilidade que isola um membro do grupo ou troca os efeitos do healing, por exemplo. Fazendo com que a esperiência de instance seja mais dinâmica e apelativa do que na expansão anterior, por exemplo.

I'll keep an eye on you!

I’ll keep an eye on you!

Neste particular, será mais fácil do que nunca começar logo na acção, pois a Blizzard “oferece” a quem comprar esta expansão um boost de um qualquer personagem (novo ou já existente) , para nível 90… Com equipamento adequado a esse nível e profissões elevadas ao máximo até ao início da expansão.

O melhor: O quasi regresso às origens de um MMORPG com 10 anos de idade, mas que nunca perdeu a sua influência quase monopolizadora do mercado em que se insere. As novas garrisons e seguidores. As novas opções dentro das classes mais existentes. As quests e dungeons mais dinâmicas. O enredo é, discutivelmente, o melhor desde o primeiro WoW.

O pior: Aquela sensação de mais do mesmo, sem dúvida que a idade começa a pesar para World of Warcraft. O motor gráfico obsoleto retira o que poderia ser uma experiência de exploração quase ímpar.

World of Warcraft: Warlords of Draenor é claramente um excelente MMORPG, com toda a bagagem que a Blizzard transporta para este título aliada a um respeito renovado pelo franchise, nota-se claramente um esforço por voltar às origens do que tornou esta série tão bem-sucedida… Mudando apenas o suficiente para que o jogador mais experiente não se sinta aborrecido, mantendo sempre aquela familiaridade tão importante para os fãs ao longo desta quase década de vida, WoW:WoD dá um novo sopro de vida a este franchise.

World of Warcraft: Warlords of Draenor é um exclusivo PC.