Estava a comer um pastel de nata coberto de caramelo, num café, de manhã, quando olhei para a televisão e vi “sexo ecológico” no programa do Goucha, na TVI, escrito com letras gordas e maiúsculas, “SEXO ECOLÓGICO”, e inspirei-me.
Primeiro, caros leitores, haverá frase mais portuguesa que esta?
Que bela frase. Portugal é belo.
Segundo, lembro-vos que este é o mesmo programa de televisão que possibilitou ao Sr. Dr. Quintino Aires (ou só “Sr.” que depois de tantas barbaridades proferidas e de estar presente em tantos episódios da Casa dos Segredos a denegrir a sua profissão, talvez esteja na hora da Ordem à qual ele responde fazer alguma coisa, seja ela qual for) – mas voltemos – que possibilitou ao Sr. Quintino Aires que montasse a sua própria Inquisição pessoal ao medium todo dos videojogos, como quem dá uma caçadeira carregada a uma criança violenta e cega de um olho, e cruza os dedos para que tudo corra bem.
E foi assim, com um misto de doçura e azia no estômago, enquanto trincava o pastel de nata coberto, que me veio a ideia para esta rubrica. As pessoas estavam a ser entrevistadas na rua. Nada podia ouvir, e apesar da minha curiosidade, a magia de não estar a entender nada e a esperança dessa magia continuar foram mais fortes, e não foi pesquisar coisíssima nenhuma quando cheguei a casa. Lembrei-me do IGN. E depois do IGN Portugal. E depois do IGN internacional outra vez.
O IGN Portugal que me desculpe de estar a ser para aqui chamado, mas por outro lado nunca lá vi um artigo que começasse com pastéis de nata ou com o Goucha. Se o IGN Portugal me desculpar por isto, eu desculpo o IGN Portugal por isso. O Rubber Chicken não vê o IGN Portugal como competição, isto porque, sejamos honestos, se fosse de facto “competição” no sentido mais direto e literal da palavra, frente a frente, mano-a-mano, tipo boxe, o IGN dava-nos um soco na cara e caíamos ao tapete, porque a popularidade deles não se compara à nossa, e apesar disso, nós no Rubber não achamos que merecemos mais do que a que temos, nem gostamos nem mais nem menos do IGN que as restantes pessoas, nem esta rubrica é um ataque de ciúmes – na verdade, Bgamer, Eurogamer Portugal, IGN Portugal, (e etc.), somos todos irmãos: tentamos todos escrever para as 100 pessoas que vivem em Portugal, entre essas, para as 10 que sabem ler, e para as 2 que lêem sobre videojogos.
Assim, e sem mais demoras, bem-vindos à nossa pequena rubrica mensal, “O Melhor Título [Do Mês Passado] no IGN”.
Onde é que eu ia? Não me lembro. Seja como for, acreditem, IGN Portugal: não é por mal, e é desse sentido de camaradagem fraterna que surge o nosso (neste caso “meu”) desinteresse em gozar convosco, para gozar antes com a vossa página-mãe. Para quem não sabe o Rubber Chicken não é um site de humor, mas é um site bem-disposto. E visto que o IGN é um site de humor que se acha muito sério, decidimos emprestar um dos artigos do mês de Janeiro e publicá-lo aqui, com o tom de gozo que lhe faltava.
Escrito todo o preâmbulo, puxo a fita, renovo as boas-vindas à rubrica “O Melhor Título [Do Mês Passado] no IGN”, a cortina vermelha cai, e passamos sem mais demoras ao título do mês:
“Hype Isn’t Always a Bad Thing”
A hype, o ganha-pão do IGN, nem sempre é uma coisa má. E continua: “Hype is Hope”.
Hype é esperança.
A hype é boa.
Hype é Bem.
Hype é fé.
Amén.
E é isto. O Sr. Manuel Luís Goucha deve gostar de sexo ecológico porque estava abanar muito a cabeça positivamente. Se tiverem sugestões para “O Melhor Título de Fevereiro no IGN” deixem-nas nos comentários.
Adeus.