Uma das coisas que nos assalta de imediato em Monster Hunter 4 Ultimate, é um estilo gráfico muito peculiar e interessante. Sem dúvida que a sequência inical em full-motion video, com que nos brinda este título assim que o começamos, é um regalo para os olhos.. Isto vindo de um novato no franchise como é o meu caso.
Impressões iniciais à parte, o que interessa saber concerteza, é se o tempo gasto em caçadas e fetch-quests será por nós bem empregue. Ora então vamos lá.
Após uma sequência inicial apoteótica de facto, certamente concebida (e bem) para nos agarrar desde o inicio, começa um modo história que a mim pessoalmente me agradou sobremaneira, pois o estilo gráfico muito anime com uma boa dose de humor à mistura, atinge na minha opinião, um equilibrio raramente visto em jogos seja qual for a plataforma.
Sendo, como já referi, um novato nesta série, não me foi particularmente difícil entrar logo na acção, dominando de imediato as mecânicas do jogo. Até porque o início chega a tornar-se moroso, tal não é a quantidade de pessoas a quererem ensinar-nos coisas… Quase parece que desembarcámos numa cidade onde toda a gente é o Marcelo Rebelo de Sousa.
Após todo esse processo inical, que inclui um dos melhores tutoriais de uso de armas que já vi, começa realmente a acção. Faço o paralelismo entre Monster Hunter 4 e os primórdios dos MMORPGs, ou seja, se fetch-quests e bosses são a sua praia então irá delirar com este jogo, pois é basicamente a isso que se resume. Obviamente que existe sistema de crafting, leveling, loot digno de um Rei e supreendemente profundas e bem elaboradas galerias de inimigos (sim o gorila flatulento Congalala, regressa neste título).
Obviamente, que em relação às quests de caçada, existe uma variedade incrível e aprofundada de inimigos; indo inclusivamente ao pormenor de cada um ter as suas forças e fraquezas específicas. Neste particular, achei a curva de dificuldade perfeitamente aceitável para um rookie como eu, não sentindo no entanto, em nenhuma ocasião, que o jogo me estava a dar a mão. Já em relação às fetch-quests, estas podem e tornam-se aborrecidas e chatas de fazer. Eu quero é matar monstros e não ir apanhar ovos nem ervas para a sopa!
As ferramentas que temos ao nosso dispôr, são extremamente variadas. Eu pessoalmente sou fã do dual-wielding de espadas, mas a nova Insect Glaive é muito interessante, pois combina a mecânica de uma lança longa, com a habilidade de “anexar” um insecto à mesma; o que permite efectuar uns combos interessantes dependendo da espécie de insecto que estivermos a utilizar. De qualquer forma, qualquer que seja a arma que escolhermos como a “nossa”, iremos concerteza gerar momentos memoráveis de chacina zoofila.
Outra novidade deste título, é a possibilidade de podermos ter um companheiro Felyne, ou seja, um gato bípede e falante que aproveita qualquer oportunidade para fazer puns com campo lexical felino… Inicialmente, dei por mim a largar pequenos chuckles, mas confesso que há um limite para qualquer pessoa aguentar puns de gatos… É mais ou menos como aquele nosso amigo irritante que está sempre a dizer “That’s what she said!” sempre que alguém diz alguma coisa. Resumindo, é giro ao início mas cansa depressa.
De qualquer forma, a grande novidade deste título é, sem dúvida, o multiplayer online. Será possível termos até três outros “caçadores” a ajudar-nos em simultâneo; seja em co-op online ou local. Para aqueles entre nós mais solitários, lamento mas se calhar está na hora de desviar os legos e os amiibos ainda dentro da caixa, sair da cave um bocadinho e tentar realmente falar com uma pessoa. Até o ajudo, pergunte a um estranho ao acaso se ele joga Monster Hunter 4, o pior que pode acontecer é levar um murro… De qualquer forma, estabeleceu contacto físico com outro humano. É win-win.
Neste particular do multiplayer é também de salientar a possibilidade de, através do Streetpass, contratarmos outros caçadores para nos ajudar. Novamente, refira-se ao parágrafo anterior se não tiver amigos de Streetpass.
O melhor: O novo e extenso mundo de Val Habar, a diversidade dos monstros e bosses, a possibilidade de jogar online e offline com amigos, e a estética divertida e dinâmica ao estilo da animação japonesa.
O pior: A repetitividade e monotonia de algumas quests, a câmara pode requerer alguma habituação.
Em conclusão, Monster Hunter 4 Ultimate é um belo buraco negro de tempos-livres… Pois aquela sensação do “é só mais uma quest”, assalta-nos tão amíude como ter de passar por um beco no Cais do Sodré para chegar a casa à noite. Não sendo cruel para iniciantes e proporcionando tutoriais de armas e mecânicas de luta muito bons, torna-se facílimo entrar na dinâmica do jogo logo de princípio. Sendo um dos títulos mais aguardados do ano para a Nintendo 3DS, este título não desilude.