Ontem, dia 22 de Fevereiro de 2015, realizou-se a tão antecipada e aguardada cerimónia de entrega dos mais prestigiados prémios do Mundo do Cinema: os Óscares. Apesar de muitas serem as vozes contra este tipo de prémios, relembrando as mais variadas politiquices que certamente estão por trás de algumas escolhas, os gostos americanos e o sensacionalismo Hollywoodesco, a verdade é que, não importa quantos mais prémios existem para celebrar a qualidade da 7ª arte – a estatueta do Homem Dourado será sempre o prémio mais apetecido pelos actores, argumentistas, produtores, realizadores e todos os envolvidos nas mais distintas categorias incluídas nesta cerimónia.
Também eu, apesar de quase nunca concordar com as escolhas, aguardo ansiosamente por esta noite, movida pelo amor à arte do cinema e também pela curiosidade de saber se finalmente, por um ano, os meus favoritos são os escolhidos. Ao ver um programa de televisão que nos dava uma retrospectiva dos melhores momentos de anos passados, os vencedores, os vencidos, os filmes que eram os favoritos e não ganharam, e aquelas curiosidades que queremos sempre ver, fiquei a pensar no quão fantástico seria para a indústria dos videojogos se uma cerimónia similar existisse para a celebrar.
Sim, eu sei que existem umas quantas dezenas de diferentes prémios para Videojogos, organizados pelas mais distintas organizações, umas mais independentes que outras, mas na minha modesta opinião, julgo que falta “A Cerimónia” – aquela que terá cobertura nos Media internacionais e que faz o Mundo do Entertenimento parar e dar atenção à indústria que é, sem sombra de dúvida, a mais relevante forma de entertenimento do nosso século.
No passado dia 05 de Dezembro de 2014, realizou-se em Las Vegas a primeira cerimónia dos “Game Awards”, uma cerimónia de prémios organizada por Geoff Keighley, um prestigiado jornalista da indústria, com o apoio e patrocínio de ilustres representantes, tais como: Hideo Kojima (criador de Metal Gear Solid), Peter Moore (COO da EA), Phil Spencer (Head da Xbox), Reggie Fils-Aime (COO da Nintendo América), Shawn Layden (CEO Sony Computer), entre outros. Os nomeados das várias categorias foram seleccionados por um júri composto por 28 representantes dos vários Media internacionais e foram considerados elegíveis para nomeação, todos os jogos lançados até dia 25 de Novembro de 2014. (A título de curiosidade – Dragon Age Inquisition levou o título de jogo do ano).
Vi parte desta cerimónia via Youtube, e embora me pareça certamente um passo na direcção certa – uma cerimónia já a lembrar o glamour dos Óscares – falta-lhe ainda alguma coisa… algo que não sei bem explicar o quê…
É necessário que o elemento mais importante, os jogadores, revejam nestes prémios o prestígio que, enquanto amantes da 7ª arte, vemos nos Óscares, concordemos ou não com o resultado final. Acredito que durante os próximos 5 a 10 anos, os videojogos venham a ser realmente considerados uma forma de arte, a 8ª arte, e que, jogador ou não, todo o público dê a devida atenção e consideração que merece. Se os filmes têm os Óscares, o Teatro tem os Tony, a música tem os Grammy e a literatura tem o Pulitzer e o Prémio Nobel, os Videojogos necessitam de um prémio que os defina e distinga, concedendo-lhes, de uma vez por todas, o prestígio merecido.
Mesmo sem dar muita atenção aos elitismos e lobbys de Hollywood, estive ansiosa pelos meus favoritos (Whiplash tinha que ganhar!!), pois, quer eu queira quer não, estes são os prémios que definem o cinema.
É isso mesmo que eu quero para a minha 8ª arte: quero esperar ansiosa para ver a cerimónia e os vencedores de melhor jogo, melhor banda sonora, melhor representação de um actor, melhor história, melhor sequela, etc etc etc. Quero poder falar com todos, mesmo os que não são jogadores, acerca da importância desses prémios e da forma como influenciam o entretenimento deste século.
Com estes Game Awards, sinto que estamos a traçar o trilho certo – a colocar os videojogos onde deverão estar e permanecer durante muitos e muitos anos. Louvar o trabalho que os developers têm mas também as muitas e boas horas que proporcionam aos jogadores.
Sonho com o dia em que vou estar, como estou agora, ansiosa à espera que a Cerimónia dos “Óscares” dos Videojogos vá para o ar. Quero ver o tapete vermelho, os criadores ocuparem o lugar de destaque, os actores a serem homenageados, os compositores aplaudidos e nós, enquanto jogadores, celebrados pela importância que dão à nossa Arte. Sonho com esse dia… e parece-me que, muito em breve, acordarei para essa realidade!