Sou um fã da série Just Cause desde miúdo, e acabei de descobrir que foi anunciado outro filme baseado nesta: Just Cause: Agent 47. Rupert Friend (Homeland) vai interpretar o agente 47, o icónico hitman sem nome, num filme explosivo que promete fazer inveja aos mais recentes Fast & Furious.

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Acho que a Square Enix não sabe gerir as franchises que comprou à Eidos; é a minha opinião, mas não será só a minha. As mais recentes encarnações de Lara Croft e Garrett, apesar de não serem terríveis, estão longe de ser aquilo que foram (e representaram) noutros tempos. E nem vou falar de Nosgoth (Legacy of Kain).

Just Cause: Absolution, o mais recente título da série, é só mais um exemplo: também não é um jogo horrível, é só medíocre. É verdade que Just Cause teve altos e baixos, jogos melhores e piores – Just Cause: Blood Money não é um jogo sem defeitos, nem Just Cause: Codename 47; nenhum deles era; mas todos são superiores a Absolution, de longe. Em Absolution o agente 47 – que é um clone com traços genéticos de pessoas diferentes, entre estas: Jason Bourne, Jack Bauer, Sam Fisher e até Ezio Auditore – virou médium, vê pessoas através de paredes, ao pormenor, e também vê o futuro: é um médium satanista que vê linhas de chamas no chão, que lhe revelam o percurso daqueles que se encontram perto de si. Lembro-me que neste último jogo, o “assassino silencioso” tem a oportunidade de matar um wrestler subindo para um ringue, batendo-lhe um pouco, e dançando às suas cavalitas, ao som de QTEs.

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O último Deus Ex não foi um acidente feliz, a Square Enix sabe produzir jogos de stealth, e a fórmula é simples: uma rapariga com personalidade, mas frágil, em perigo, que precise de ajuda – o truque é uma boa história; uma história clássica – e não se pode contar uma boa história sem cutscenes de custos milionários; nem, claro, sem cenários bonitos, com boas cores e jogos de luz. Os níveis podem ter layouts esquizofrénicos, podem até ser claustrofóbicos; ninguém se importa. E é óbvio que um jogo com inteligência artificial não depende da qualidade da mesma.

O novo Tomb Raider (que se chama só “Tomb Raider”), que tem elementos de stealth (embora não encaixe no género), segue esta fórmula à risca e foi um sucesso. O novo Thief (que se chama só “Thief”) foi um sucesso ainda maior.

Percebi que a série Just Cause tinha mudado de direcção quando que vi o “demo” de Absolution, antes de ter sido lançado – o assassino autodefenestra-se (silenciosamente) de um prédio alto para escapar à polícia, que lhe dispara de um helicóptero; acho que também explode alguma coisa, não me lembro (nem me apetece ir confirmar); seja como for, estou confiante que haverá mais explosões neste filme, e isso só tem um nome: progresso.

O filme anterior (que se chama só “Just Cause”) foi excelente. Timothy Olyphant esmerou-se no papel de agente 47, que quase supera a versão de Max Payne de Mark Wahlberg; estão ambos ao mesmo nível e quase que empatam. Será que Rupert Friend consegue fazer melhor?

Despeço-me com um trailer: