Pizza.
Dar oportunidade a indie devs.
Dar-lhes oportunidade de ter e mostrar portefólio.
Dar-lhes oportunidade de crescer.
Pô-los no mapa.
E pizza.
Pizza Night é um evento realizado pela Microsoft que este ano encheu o seu edifício no Parque Das Nações com devs portugueses. Foram apresentados jogos durante horas a fio, de todo o tipo; desde os mais graúdos aos mais principiantes, a oportunidade foi dada a todo o tipo de pessoas. À hora de jantar, a Microsoft para além de espaço que cedeu, ofereceu um monte colossal de pizzas a todas as pessoas presentes no evento; para além das pizzas, dos refrigerantes, e do café gratuitos, montaram um stand de waffles dentro do escritório; um homem com um bonézinho às riscas, num carrinho com um toldo fazia waffles non-stop, dentro do hall de escritório open space; foi surreal.
A cara deste evento é Miguel Vicente. Se Wilson Almeida é um Thomas Edison da comunidade de devs em Portugal, Miguel Vicente será Gandhi. Sempre que se olha para Miguel, ele está a sorrir. Inspira e expira paz. E sem ele, nada disto seria possível. Todas estas caras fazem braços de ferro com instituições, e tentam convencê-las a apostar na comunidade portuguesa de devs. Vicente é quem tem ganho as batalhas mais impressionantes. Acredito que sem ele, a Microsoft não teria apadrinhado os devs lisboetas.
Depois da Pizza Night, que decorreu no dia 8 de Maio, Vicente anunciou que a edição deste ano do Game Dev Camp vai decorrer provavelmente em Julho, também realizado pelo Microsoft. No Game Dev Camp não só é dada e oportunidade de indie devs mostrarem o seu trabalho, também há palestras de especialistas de todas as áreas de videojogos. No Game Dev Meet, que se tem realizado ultimamente também nos escritórios da Microsoft, tive a oportunidade de falar com Luís António, que vive nos Estados Unidos, diretor de arte de The Witness, e criador de Twelve Minutes, um projeto do qual a Internet tem falado bastante e bem nos últimos tempos.
“Então e gostavas de vir trabalhar para a Miniclip?”; a pergunta foi verbalizada num tom hipotético teórico, não era uma entrevista, longe disso; quem me fez a pergunta perguntou o mesmo a uns quantos outros; o empregado da Miniclip acrescentou: “a Miniclip está a contratar…”. E como num episódio de Cosmos, passo do macroscópico para o microscópico, falo-vos de estrelas e galáxias primeiro, para falar-vos de átomos, eletrões e protões. O Sol é feito de partículas e sub-partículas, sem estas não existia. Os grandes movimentos são compostos de pequenos processos e momentos; “o renascimento dos videojogos em Portugal aproxima-se”, escrevi no artigo anterior desta série; e é tão verdade; sente-se; regresso assim à game jam que decorreu no fim de semana passado, organizada pela Miniclip.
“A Miniclip está a contratar”; não quero sugerir que o evento fosse um mero pretexto para caça-talento; o evento é um investimento. Com ou sem radiação, o solo é fértil; as empresas que apostarem primeiro que as outras no talento nacional, que cuidarem dele, que o nutrirem, que o impedirem de se estagnar, serão as que vão colher mais frutos.