E depois de um artigo sobre a minha separação, resolvi fazer aquela que é, obviamente, a transição óbvia: Passei para a agricultura.
Sim, depois de jogar e analisar BloodBorne, depois de uma mudança radical na minha vida pessoal, os “mestres” do nosso Galinheiro, após muita deliberação, consideraram que este era o momento para jogar um Simulador de… Agricultura.
A atribuição do jogo para análise deu lugar a um fascinante diálogo que vou passar a reproduzir nas linhas abaixo:
Ricardo Correia: “Alexa, chegaste a jogar Final Fantasy X e Final Fantasy X-2 para a PS2 quando saiu?”
Alexa Ramires: “Sim! Final Fantasy X foi dos meus jogos favoritos de sempre. O X-2 nem por isso”.
Ricardo Correia: “Óptimo – vão sair remasterizados para a PS4. Podes analisar?”
Alexa Ramires: “Claro. Vou adorar voltar a entrar no jogo!”
Ricardo Correia: “Olha, já agora levas o Farming Simulator 2015 para analisares também”.
Alexa Ramires: “Hã???”
Ricardo Correia: “Farming Simulator 2015 – é um simulador de agricultura”
Alexa Ramires: “Mas eu detesto simuladores. E agricultura???”
Ricardo Correia: “Vais ver que te vais divertir”.
… E pronto. Lá vou eu para o campo.
Não sabia nada desta série quando peguei em Farming Simulator 2015. Como gosto de saber do que estou a escrever, investiguei um pouco antes de jogar e descobri que esta é uma série bastante amada pelos amantes de simuladores, e que o antigo capítulo, saído em 2013, desapontou os fãs da série por não acrescentar nada de novo.
Óptimo, trabalho de casa feito. Agora, toca a ligar a PS4 e ‘bora lá recordar as minhas raízes transmontanas. Nasci em Mirandela, e apesar de Mirandela já ser uma cidade, foram muitos os Verões passados nas aldeias dos arredores. E quando liguei a PS4, e começa a tocar a música que é suposto entusiasmarmo-nos para entrar no campo e conduzir os tractores, debulhadoras e os restantes veículos que podemos encontrar na agricultura, não sabia bem o que esperar desta experiência.
Os gráficos são bons, bastante realistas. Podemos optar logo no início do jogo por uma paisagem do Sul Americano, ou um campo mais “inóspito”, inspirado nos belos cenários nórdicos e a partir daí, depois da escolha feita, temos que gerir a nossa quinta com todas as dezenas de actividades que isso implica.
Temos campos para ceifar, animais para tratar, celeiros para construir e… muita madeira para cortar. Temos o tutorial inicial, que nos ensina a trabalhar com as diversas máquinas e a dominar os comandos necessários para as infinitas actividades que temos que fazer na nossa rotina campestre diária. Para quem nunca jogou esta série (como eu), é possível que sinta alguma dificuldade a habituar-se aos comandos, às diferentes combinações de botões para cada actividade, pelo menos se for a versão da PS4. Eu senti bastante dificuldade – mas pode significar falta de jeito para a lavoura e não, necessariamente, comandos difíceis.
Farming Simulator, como um bom simulador, tem uma contagem de dia real de 24 horas, que nos obriga a planear as diferentes actividades para que nada falte à nossa Quinta. Temos também um boletim meteorológico que se torna uma autêntica ferramenta vital no planeamento daquilo que cultivamos e apanhamos. Podemos contratar trabalhadores, assim que tivermos recursos financeiros suficientes para o fazer; podemos comprar máquinas melhores que nos vão ajudar a automatizar o nosso trabalho; podemos comprar mais terreno e expandir o nosso negócio e terras… enfim… o céu (ou melhor – o campo) é o limite. Só precisamos é ter Paixão pelo que estamos a fazer e muita persistência.
Farming Simulator 2015 é isso mesmo – um simulador de Agricultura. E como qualquer bom simulador, tenta reproduzir o mais fielmente possível a actividade que retrata. Neste caso específico: é bastante bem conseguido. Temos dezenas de actividades nas quais nos conseguimos perder, temos realismo, temos paisagens lindas e uma atmosfera que convence o jogador da realidade que se pretende.
Mas é um simulador… e apesar de ser uma mulher nascida no campo, não consigo entusiasmar-me quando estou ao volante de um tractor a debulhar um campo de trigo virtual. O que é algo estranho, já que passei umas boas horas (sim – horas), no Fable II a cortar troncos e a bater em ferro para subir de nível nas profissões. Provavelmente, por ser um “bicho campestre” prefiro sentir o cheiro da chuva na terra (uma daquelas sensações únicas) do que estar a tratar de animais virtuais enquanto me preocupo com o crescimento da minha Quinta.
O melhor: Óptimo Simulador, com óptimos gráficos, exigente e variado.
O pior: É um simulador. Desculpem –não consigo mesmo entusiasmar-me.
Sim – Farming Simulator 2015 é um excelente simulador… principalmente para quem privilegia o sossego, a calmaria, a organização e o barulho relaxante dos grilos que quebra sempre o silêncio constrangedor (tornando-o ainda mais constrangedor). É um jogo a adquirir, principalmente se sofremos de distúrbios do sono e precisamos de algo que nos leve para um absoluto estado de relax.
Farming Simulator 2015 está disponível para PC, Xbox One e PS4. Analsiada a versão de PS4.
