Desde o anúncio em 2013 deste No Man’s Sky, do estúdio Hello Games, que a promessa de um universo processualmente gerado nos soou a uma das maiores revoluções nos videojogos. No Man’s Sky não se limitou a isto e acabou também por roubar a atenção de todo o mundo durante a conferência da E3 e da Gamescom 2014. Esta noite foi novamente anunciado na conferência da E3 2015 da Sony e automaticamente senti que o entuasiasmo que já senti pelo jogo se esfumou. É que entre o anúncio do jogo e as imagens que nos arrebataram a todos no ano passado e o que foi mostrado hoje não há diferença. Dois anos seguidos e vemos exactamente o mesmo? Num mercado tão populado como este?…
O developer prometeu combate, exploração, trocas comerciais, diplomacia geo-estratégica e cafés da Nespresso. Mas cedeu ao mais simples erro de qualquer criador: o de contar e não mostrar. O que o vídeo desta noite nos trouxe foi mais uma aterragem num planeta inóspito, mas desta vez em tons amarelos. O que só mudou cromaticamente desde o último anúncio. Começo a temer que o comboio do hype que eu próprio entrei com No Man’s Sky já tenha partido, dado a volta ao mundo, passado na casa de partida sem receber 1000$ e parado na Rua Sá da Bandeira. E espero estar errado, ou a definição de processualmente gerado é sinónimo de mudar a paleta de cores da fauna e flora et voilá, um planeta novo. Um pouco como a minha segunda Family Game que apregoava possuir 9999999999 jogos. Realmente tinham, só que eram todos o mesmo com ligeiras alterações de níveis e sprites.
Bem, ainda me resta a banda-sonora composta por 65daysofstatic uma banda de post/math rock instrumental que sigo desde 2006 e que generosamente está a emprestar a sua criatividade a No Man’s Sky. Sim, eu ouvia 65daysofstatic, entre muitas outras coisas, antes de ser cool. Tipo Céline Dion.
Comments (2)
Bem… será sempre possível que tenham estado este tempo a aperfeiçoar o algoritmo. Criar um universo processualmente não e tarefa simples, especialmente se querem incluir todos estes aspectos. (Isto não será o SPORE, espero).
Mas no fim das contas, concordo. Se vão mostrar algo, que ao menos mostrem alguma evolução, senão ate desilude
Ricardo, eu acredito que seja difícil, mas do ponto de vista de estratégia eles não podiam incorrer o risco de mostrar a mesma coisa dois anos seguidos. Houve muitos desiludidos no meio disto tudo e acho que não é só coisa de Ricardos, para além de mim (e acho que tu concordas também), muita gente começa a temer que isto seja “muita parra e pouca uva”. Espero estar errado. Mesmo!