Diz-se por aí que o último Tomb Raider foi jogado por muita gente. Lembram-se do ultimo Tomb Raider? Não, pois não? É interessante, muita gente jogou, mas quase ninguém se lembra.

E pergunto, aos que se lembram: qual é que foi a vossa parte favorita? Quando a Lara Croft sobe uma torre de rádio? Quando ela anda numa espécie de teleférico? É que não me lembro mesmo, não tenho a certeza do que é, só tenho imagens abstractas na cabeça; mas acho que era um teleférico. Quando ela arrasta bidons? Quando ela faz cair as asas de um avião? Quando anda num farol (acho)? Quando anda pelos destroços de um navio do século XX? Quando ela anda a chacinar uma tribo, ou um gangue, ou uns cultistas, ou já nem sei? Quando ela mata um veado e chora, e no minuto a seguir vira mais serial killer que o Rambo?

Não sei dizer se gostei do último Tomb Raider, nem sei se é medíocre ou excelente, e isso diz bastante sobre o jogo, parecendo que não, mas seja como for, sei que não havia muita pilhagem e que havia ainda menos túmulos; e um jogo que se chama Tomb Raider sem túmulos ou pilhagem, é no mínimo estranho.

Pelos vistos, Rise of the Tomb Raider quer corrigir isso e tem mais ruínas antigas que o seu antecessor, ruínas essas que talvez tenham túmulos, e se calhar que serão pilhados. Lara faz escalada sem o equipamento adequado, faz zipline sem o equipamento adequado, faz mergulho sem o equipamento adequado também, faz arqueologia com explosivos, mata animais (outro um veado que morre), mata indígenas (já aperfeiçoou a sua técnica, agora ataca-os por trás e espeta-lhes a picareta na garganta), enfim, o costume; mas desta vez é a sério.

Desta vez Lara Croft destrói tudo à sua volta, mas está rodeada de templos perdidos, de registos escritos em pedra, de tecnologia primitiva e de outros artefactos; desta vez é a sério.

“I feel […] like I’m doing what I was meant to do”.
“This is it”.